Moraes marca oitivas de acusados dos núcleos 3 e 4 em ação sobre tentativa de golpe
Audiências vão ouvir acusados de planejar ataque a Lula e espalhar fake news sobre as eleições

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, definiu as datas para ouvir testemunhas ligadas a dois dos cinco núcleos investigados na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As audiências vão ocorrer entre os dias 14 e 23 de julho e abrangem testemunhas indicadas tanto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), autora da denúncia, quanto pelos advogados de defesa dos réus.
As oitivas se referem aos núcleos 3 e 4, que fazem parte da denúncia protocolada pela PGR em março deste ano. O núcleo 3 é formado por militares especializados em operações especiais, conhecidos como “kids pretos”. Já o núcleo 4 reúne pessoas acusadas de disseminar informações falsas com o objetivo de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.
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O grupo denominado “kids pretos” é composto por militares da ativa e da reserva, treinados em ações táticas de alta complexidade. Segundo a Polícia Federal, esse núcleo elaborou um plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa a execução de um ataque no dia 15 de dezembro de 2022. A intenção, conforme as investigações, seria assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), justamente na data marcada para a posse da nova presidência. As testemunhas relacionadas a esse núcleo serão ouvidas entre os dias 21 e 23 de julho.
Entre os réus ligados ao núcleo das ações táticas estão generais, coronéis, tenentes-coronéis e um agente da Polícia Federal. A lista inclui: general Estevam Gaspar de Oliveira; tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira; tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo; coronel Bernardo Romão Corrêa Netto; coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães; coronel Fabrício Moreira de Bastos; coronel Márcio Nunes de Resende Júnior; general Nilson Diniz Rodriguez; tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros; tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal.
Já o núcleo 4 concentra os investigados por atuar na disseminação de desinformação. Segundo a PGR, o grupo teria desenvolvido uma estratégia para desacreditar a legitimidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral como um todo. As testemunhas desse núcleo serão ouvidas entre os dias 14 e 16 de julho.
Entre os nomes citados nesse grupo estão o capitão reformado Ailton Gonçalves Moraes Barros; o major da reserva Ângelo Martins Denicoli; o engenheiro Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal; o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues; o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida; e o policial federal Marcelo Araújo Bormevet, ex-integrante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A denúncia foi apresentada pela PGR em 26 de março de 2025 e inclui acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-candidato a vice-presidente, general Braga Netto, e outras 33 pessoas. Entre os crimes atribuídos aos denunciados estão tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
De acordo com a acusação, o grupo atuava de forma coordenada para impedir que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse respeitado. Os denunciados foram divididos em cinco núcleos com base nas funções desempenhadas por cada um dentro da suposta organização criminosa. Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, integram o núcleo central da operação investigada.
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