“O Pix é nosso, my friend”: governo reage com ironia à investigação comercial dos EUA
Investigação aberta pelo governo Trump sobre o Pix gera reação irônica do governo Lula, que lançou campanha nas redes exaltando o sistema de pagamentos brasileiro

O governo brasileiro respondeu com deboche à abertura de uma investigação comercial por parte dos Estados Unidos (EUA) que mira, entre outros pontos, o sistema de pagamentos instantâneos Pix no Brasil. Em uma publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (16/7), o perfil oficial do governo federal ironizou a iniciativa norte-americana com a frase: “O Pix é nosso, my friend”.
A mensagem foi divulgada um dia após o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) anunciar a abertura de um inquérito com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. A investigação foi autorizada pelo presidente Donald Trump e mira uma série de políticas brasileiras que, segundo os norte-americanos, estariam prejudicando empresas dos Estados Unidos nos setores de tecnologia financeira, redes sociais e comércio eletrônico.
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O foco principal da provocação brasileira foi o Pix, sistema desenvolvido pelo Banco Central (BC), descrito na peça institucional como “seguro, sigiloso e sem taxas”. Na publicação, o governo destacou que o Pix é “do Brasil e dos brasileiros” e afirmou que o sucesso da ferramenta estaria “causando um ciúme danado lá fora”. Atualmente, o sistema já soma mais de 175 milhões de usuários e é o meio de pagamento mais utilizado no país.
A investigação americana, no entanto, vai além do Pix. Segundo o documento oficial do USTR, também serão analisadas questões relacionadas ao bloqueio de redes sociais estrangeiras, à proteção de propriedade intelectual, com menção à comercialização de produtos piratas em locais como a Rua 25 de Março, em São Paulo, e às barreiras tarifárias em setores como etanol. Também foram incluídos no inquérito temas como desmatamento ilegal e políticas anticorrupção.
A reação do governo brasileiro não se limitou à postagem nas redes sociais. De acordo com fontes do Palácio do Planalto, está em preparação uma resposta técnica coordenada entre os ministérios das Relações Exteriores, da Fazenda, do Desenvolvimento, da Justiça e pelo Banco Central. O objetivo é rebater os argumentos da investigação norte-americana e garantir que o Pix, bem como outras políticas internas, permaneçam inalteradas por pressões externas.
Além da investigação, Trump anunciou recentemente a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, caso não haja acordo entre os países. A campanha “O Pix é nosso, my friend” marca a primeira manifestação pública do governo Lula desde o anúncio da investigação pelos EUA e tenta transformar o embate diplomático em narrativa de soberania e valorização de uma inovação nacional.
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