PGR pede apuração contra Eduardo Bolsonaro por pressão nos EUA; Moraes vai relatar
PGR solicita ao STF apuração sobre Eduardo Bolsonaro por buscar sanções contra Moraes nos EUA, numa tentativa de interferir em investigações criminais
A Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que autorize a abertura de um inquérito policial contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O pedido, segundo informações da colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, foi encaminhado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e distribuído ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos que envolvem atos antidemocráticos no país. A decisão sobre o prosseguimento da investigação deve ser tomada por Moraes nas próximas horas.
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A iniciativa da Procuradoria-Geral da República tem como base declarações e ações de Eduardo Bolsonaro no exterior. De acordo com Gonet, o parlamentar estaria atuando para pressionar o governo dos Estados Unidos a impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, numa tentativa de influenciar o andamento de processos criminais que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. A PGR entende que essa conduta pode configurar crime contra as instituições brasileiras.
A atuação de Eduardo Bolsonaro inclui uma agenda pública nos Estados Unidos. Em entrevistas e encontros políticos, o deputado defende abertamente a aplicação de medidas punitivas ao magistrado brasileiro, sob a justificativa de que Moraes violaria direitos e liberdades no país. Há dois meses, o deputado confirmou estar em Washington com esse objetivo. Na semana passada, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, declarou que a possibilidade de sanções contra Moraes “está em análise”.
A repercussão da declaração de Rubio provocou reações imediatas em Brasília. Magistrados e integrantes do governo federal consideram que a imposição de sanções por um país estrangeiro contra um membro do Supremo representa uma ameaça à soberania nacional. Por isso, a diplomacia brasileira intensificou conversas com autoridades dos Estados Unidos, buscando evitar qualquer medida nesse sentido.
Fontes ligadas ao Palácio do Planalto afirmam que as tratativas diplomáticas foram ampliadas nos últimos dias, com a participação de ministros e representantes do alto escalão do governo. O objetivo é conter os desdobramentos da atuação de Eduardo Bolsonaro no exterior e preservar a autonomia das instituições brasileiras. A palavra final sobre o inquérito, no entanto, está agora nas mãos do ministro Alexandre de Moraes.
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