Presença de Eduardo nos EUA influenciou, mas não causou sanções, diz vereador
As sanções comerciais contra o Brasil resultam de articulações mais amplas feitas por parlamentares da oposição ao longo dos últimos anos, segundo Maurício Galante
Primeiro vereador brasileiro eleito em uma cidade dos Estados Unidos, Maurício Galante afirmou em entrevista ao portal LeoDias nesta quinta-feira (17/7) que a atuação de Eduardo Bolsonaro em território americano colaborou para influenciar decisões políticas e comerciais do governo dos EUA em relação ao Brasil.
Segundo ele, a taxação de 50% sobre produtos brasileiros é resultado de um processo iniciado há mais de dois anos por parlamentares da oposição, que denunciaram abusos jurídicos e violação de direitos humanos no país. “A presença do Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos é a culminação de um processo que já dura há mais de dois anos, de toda a bancada da oposição no Congresso brasileiro que fez várias visitas nos Estados Unidos para trazer atenção para os políticos americanos; não só os políticos, mas o povo americano, do que está acontecendo aqui no Brasil”, avaliou.
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De acordo com ele, parlamentares da oposição têm se mobilizado nos últimos anos para denunciar internacionalmente o que classificam como “mazelas jurídicas” e “abusos dos direitos humanos” ocorridos no Brasil. Essas ações incluíram visitas a parlamentares americanos, aparições na imprensa estrangeira e reuniões com organizações da sociedade civil.
“Então ele tem um crédito, com certeza, mas o trabalho foi muito bem feito de expor as mazelas jurídicas aqui no Brasil, informar o povo americano através da mídia e visitas ao Congresso, que os congressistas brasileiros fizeram várias visitas… Trazer à luz as coisas, os abusos dos direitos humanos que estão acontecendo no Brasil”, destacou.
O vereador também afirmou que a decisão de Eduardo Bolsonaro de permanecer nos Estados Unidos teve relação com a eleição do ex-presidente Donald Trump, ocorrida no ano passado, e com o desejo de contribuir diretamente nas decisões estratégicas que poderiam afetar o Brasil. Ainda assim, ele reforça que o posicionamento do governo americano buscou preservar os interesses econômicos e sociais dos dois países.
“No final, ele decidiu ficar nos Estados Unidos porque, nesse momento de decisão, com o novo governo Trump, que foi eleito ano passado, ele precisava de mais subsídios, talvez, para tomar decisões que afetem as relações comerciais e diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos. De modo a se fazer com parcimônia suficiente de não prejudicar a população brasileira mais humilde e os setores de economia que são essenciais para o Brasil e para os Estados Unidos”, argumentou o vereador.
Apesar da influência, ele pondera que Eduardo Bolsonaro não foi o responsável direto pela adoção das sanções comerciais: “Sim, a presença dele é importante, mas não é um fator determinante das atitudes que estão sendo tomadas pelo governo americano”.
Maurício Galante serviu como oficial da Marinha por oito anos antes de se aventurar em diferentes áreas: fundou uma agência de turismo, atuou como instrutor de paraquedismo e, também, liderou projetos no setor de golfe nos EUA. Hoje, ele é vereador eleito na cidade de Arlington, no estado americano do Texas. Naturalizado cidadão americano, concorreu pelo Partido Republicano e venceu a eleição para a Câmara Municipal de Arlington, no Distrito 1, em 2023 e assumiu o cargo em maio de 2024.
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