Especialista detalha condição que afeta Donald Trump e orienta sobre cuidados
Em entrevista ao portal LeoDias, o cirurgião vascular Herik Oliveira fala sobre insuficiência venosa crônica, diagnosticada no presidente dos EUA e anunciada pela Casa Branca nesta quinta-feira (17/7)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 79 anos, foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica, condição que afeta a circulação sanguínea nas pernas. O anúncio foi feito pela Casa Branca, nesta quinta-feira (17/7), após a repercussão de imagens que mostravam inchaço nos membros inferiores do presidente e hematomas visíveis nas mãos. Para entender melhor a condição do político, o portal LeoDias conversou com o médico Herik Oliveira, cirurgião vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Ele explica que a insuficiência venosa crônica é uma doença vascular bem prevalente, tanto em homens quanto em mulheres.
Veja as fotos
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o problema afeta 38% da população, sendo mais comum em mulheres (45%) do que em homens (30%).
De acordo com o médico, o sistema venoso começa a falhar e as veias não conseguem empurrar o sangue para cima. Isso provoca acúmulo nas pernas, o que leva a sintomas como varizes, dor, inchaço, coceira e até manchas escuras na pele.
Ele ainda informa que as varizes são classificadas em varizes congênitas, quando você tem uma alteração no sistema venoso profundo, caracterizado por uma má formação vascular desde o nascimento; as varizes primárias, decorrente de uma alteração no sistema venoso superficial, onde há fatores predisponentes como hereditariedade, obesidade, gravidez, uso de anticoncepcional à base de estrógeno, idade avançada e ficar muito tempo em pé.
Ainda de acordo com o cirurgião vascular, tem também as varizes secundárias, que são decorrentes de alteração no sistema venoso profundo em decorrência de uma trombose, que é uma obstrução da veia por um trombo ou um coágulo; ou em decorrência de um trauma.
“Essas varizes, ao longo do tempo, podem trazer sinais e sintomas como dores e inchaço nas pernas, câimbras, que são contrações involuntárias musculares, presença de manchas roxas, que são as equimoses, e até mesmo presença de hematomas, além de coceira, sensação de peso nas pernas e também inchaço nas mãos, pés e tornozelos”, pontua Herik.
Segundo o médico, o paciente deve procurar um especialista, que é o médico angiologista e cirurgião vascular, para que ele possa fazer uma avaliação clínica e, na maioria das vezes, um exame complementar, que é uma ecografia vascular, o ecodopler venoso. “Ele vai avaliar o sistema venoso profundo, ver se tem alguma presença de trombose antiga ou trombose aguda, e ainda vai avaliar o sistema venoso superficial, para ver se esse sistema tem presença de varizes”, diz.
“E com isso, o médico vai fazer um plano de tratamento para esse paciente. Lembrando que varizes é uma doença crônica que necessita de um acompanhamento médico do especialista”, emenda.
Tem como prevenir?
Herik Oliveira faz um alerta importante: “Se a pessoa tem alguma predisposição hereditária, casos de histórico na família, como pais e avós, não tem como evitar as varizes. O que pode ser feito são algumas medidas para diminuir a incidência das varizes, como controle do peso para evitar a obesidade; uso de meia elástica de compressão, sempre que trabalhar em pé ou ficar muito tempo com as pernas para baixo; e fazer atividade física, que isso ativa a bomba muscular do pé e da perna, que no caso é a panturrilha para esse sangue sempre ser bombeado dos membros inferiores de volta para o coração para não ficar acumulado nas pernas”.
O médico também orienta que sempre que for possível, colocar os membros inferiores elevados em cima de uma cadeira ou em cima da cama, para facilitar o retorno de sangue das pernas para o coração. “E nas mulheres, na medida do possível, evitar o uso de anticoncepcionais, principalmente a base de estrógeno”, salienta.
E finaliza: “Na gravidez, usar meia elástica de compressão durante toda a gestação e também na fase de amamentação, que é o puerpério. Essas são algumas medidas preventivas que diminuem a incidência, mas reforçando: se a pessoa tiver uma predisposição genética hereditária, ela vai ter varizes mesmo tomando todas essas medidas”.
O que disse a Casa Branca
Segundo o comunicado oficial da Casa Branca, Trump passou por avaliação médica após relatar desconfortos na região das pernas. Os exames identificaram que as veias responsáveis por levar o sangue de volta ao coração não estão funcionando de maneira adequada. A condição, embora crônica, é classificada como comum e benigna.
Ainda de acordo com a porta-voz Karoline Leavitt, os hematomas registrados em fotos recentes não têm relação com doenças mais graves. A explicação médica aponta para uma “leve irritação nos tecidos moles”, causada por apertos de mão frequentes, aliados ao uso contínuo de aspirina, medicamento utilizado como prevenção cardiovascular pelo presidente.
Para afastar dúvidas, Trump foi submetido a uma bateria de exames, incluindo hemograma completo, testes de coagulação, marcadores cardíacos e avaliação metabólica. De acordo com o governo, todos os parâmetros analisados estavam dentro da normalidade.
“O presidente continua com excelente saúde”, finalizou o informe da Casa Branca, em resposta às especulações que circularam nos últimos dias.
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