Especialistas alertam para alta de doenças respiratórias em crianças na volta às aulas
Em entrevista ao portal LeoDias, as otorrinolaringologistas Roberta Pilla e Maura Neves detalham os principais vírus em circulação, os sintomas de alerta e as formas mais eficazes de prevenção com o retorno das aulas no segundo semestre

Com o retorno das aulas no segundo semestre, também cresce o número de crianças e adolescentes atendidos em consultórios e prontos-socorros por doenças respiratórias. Em entrevista ao portal LeoDias, especialistas detalham os principais vírus em circulação, os sintomas de alerta e as formas mais eficazes de prevenção — tanto em casa quanto na escola.
De acordo com o Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado neste ano, há uma tendência de aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças de 5 a 14 anos, especialmente nas semanas seguintes à volta às aulas presenciais.
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Entre os fatores que contribuem para esse cenário estão o maior tempo em ambientes fechados, com pouca ventilação e proximidade física, o que facilita a disseminação de vírus. “A cada volta às aulas, é comum vermos surtos de gripes, resfriados, viroses e até quadros mais graves como bronquiolite e pneumonia”, informa a otorrinolaringologista Roberta Pilla.
Entre as doenças mais comuns nesse período, a médica destaca:
- Gripe e resfriado: causadas por vírus como Influenza e Rinovírus, provocam febre, tosse, coriza e mal-estar.
- Sinusite e rinite: inflamações nas vias nasais que causam dor de cabeça, secreção espessa e obstrução nasal.
- Bronquite, bronquiolite e pneumonia: afetam os pulmões, com sintomas como chiado no peito, febre persistente e dificuldade respiratória.
- Asma: pode ser desencadeada por infecções virais ou pela exposição a alérgenos, como ácaros e mofo.
A otorrinolaringologista Maura Neves, formada pela USP, reforça que alergias respiratórias também são frequentes nesta época, sobretudo em escolas com pouca ventilação ou acúmulo de poeira. “Além das viroses, quadros como rinite alérgica e conjuntivite podem piorar ou surgir com mais frequência após o retorno às aulas”, explica.
Quando os pais devem se preocupar
Alguns sinais indicam a necessidade de avaliação médica, pois podem sinalizar o agravamento de quadros virais ou o início de infecções bacterianas. Fique atento se a criança apresentar:
- Febre por mais de 3 dias ou superior a 39ºC
- Dificuldade para respirar ou respiração acelerada
- Chiado no peito
- Cansaço excessivo ou sonolência
- Recusa alimentar ou dificuldade para mamar
- Tosse persistente, principalmente à noite
- Secreção nasal espessa com dor de cabeça
“Esses sinais podem indicar agravamento do quadro viral ou infecção bacteriana, como sinusite ou pneumonia, que exigem tratamento específico”, salienta Roberta.
Viroses: vilãs silenciosas nas escolas
O termo “virose” abrange diversas infecções virais, como gripes, resfriados e gastroenterites, que se espalham com facilidade entre os alunos. A transmissão ocorre por gotículas respiratórias, contato com secreções ou superfícies contaminadas.
Os sintomas mais comuns incluem febre, tosse, coriza, vômitos, diarreia e mal-estar. As médicas ressaltam que o tratamento é de suporte: repouso, hidratação e medicamentos sintomáticos, conforme a necessidade.
Prevenção começa em casa — e deve ser constante
A melhor forma de reduzir o risco de contágio é manter hábitos preventivos simples, porém consistentes:
- Vacinação em dia, especialmente contra a gripe e, nos bebês, contra o vírus sincicial respiratório (VSR)
- Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel
- Ambientes ventilados e limpos
- Não compartilhar objetos de uso pessoal
- Manter crianças doentes em casa até a recuperação completa
- Garantir alimentação equilibrada, hidratação e boa rotina de sono
“Além da escola, é importante que os mesmos cuidados sejam adotados em casa. Uma criança com boa imunidade e hábitos saudáveis tem mais chances de passar ilesa pelos surtos respiratórios do semestre”, finaliza Maura Neves.
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