Estudo revela que três noites de sono ruim já comprometem o coração; entenda
Em entrevista ao portal Leo Dias, o cardiologista Marcelo Bergamo destaca que durante o sono de qualidade o corpo realiza importantes processos de recuperação e regulação

Uma pesquisa publicada recentemente pela revista científica Biomarker Research trouxe um alerta importante para a saúde cardiovascular. De acordo com a Universidade de Uppsala, na Suécia, apenas três noites consecutivas de sono inadequado são suficientes para causar danos significativos ao coração. O estudo acompanhou voluntários submetidos a diferentes padrões de sono e identificou alterações preocupantes nos biomarcadores cardíacos, mesmo após um curto período de privação de sono.
Segundo os cientistas, após apenas 72 horas de sono insuficiente, os participantes já apresentavam elevação significativa nos indicadores de estresse oxidativo e inflamação sistêmica, fatores diretamente relacionados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estes resultados desafiam a crença comum de que apenas a privação crônica de sono seria prejudicial, evidenciando que os efeitos negativos podem surgir muito mais rapidamente do que se imaginava.
Veja as fotos
Leia Também
Em entrevista ao portal LeoDias, o cardiologista Marcelo Bergamo aponta que os resultados do estudo podem ser explicados por uma série de alterações fisiológicas que ocorrem durante períodos de sono inadequados.
“O que observamos neste estudo é extremamente preocupante. Apenas três noites de sono ruim já são capazes de desencadear uma cascata de reações no organismo que afetam diretamente o coração. A privação de sono aumenta a produção de hormônios relacionados ao estresse, como o cortisol, elevando a pressão arterial e intensificando processos inflamatórios sistêmicos que, com o tempo, podem levar a danos cardíacos permanentes”, explica o médico.
Bergamo destaca que durante o sono de qualidade, o corpo realiza importantes processos de recuperação e regulação, incluindo a normalização da pressão arterial, frequência cardíaca e níveis hormonais. “Quando este período é comprometido, seja em duração ou qualidade, estes mecanismos de proteção são interrompidos, deixando o sistema cardiovascular mais vulnerável”, diz.
O estudo sueco também revelou que os efeitos da privação de sono não são completamente revertidos após uma única noite de recuperação, sugerindo que o acúmulo de noites mal dormidas pode ter efeitos cumulativos na saúde cardíaca. Esta descoberta é particularmente relevante em uma sociedade onde o sono inadequado tem se tornado cada vez mais comum.
“Precisamos desmistificar a ideia de que dormir pouco é sinal de produtividade. Na verdade, é exatamente o oposto. Um sono adequado, tanto em quantidade quanto em qualidade, é tão essencial para a saúde do coração quanto uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos. Este estudo nos mostra que não podemos compensar noites mal dormidas apenas nos finais de semana, pois o dano já pode estar ocorrendo”, completa o cardiologista.
Higiene do sono
Os pesquisadores da Universidade de Uppsala destacam que os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas e campanhas de conscientização sobre a importância do sono adequado como estratégia de prevenção de doenças cardiovasculares, que seguem como principal causa de mortalidade em diversos países.
Para a população em geral, Marcelo Bergamo recomenda priorizar a higiene do sono, estabelecendo horários regulares para dormir e acordar, criando ambientes propícios ao descanso e evitando o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir.
“Devemos encarar o sono como um investimento em nossa saúde cardiovascular a longo prazo. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem ter um impacto significativo na qualidade do sono e, consequentemente, na saúde do coração”, finaliza o médico.
Fique por dentro!
Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga @leodias no Instagram.
Agora também estamos no WhatsApp! Clique aqui e receba todas as notícias e conteúdos exclusivos em primeira mão.