Além de “Ainda Estou Aqui”: Lembre os filmes brasileiros que já foram indicados ao Óscar
Cinema brasileiro volta a ter indicação ao Óscar após 5 anos
O Brasil se viu emocionado na manhã da última quinta-feira (23/1) após “Ainda estou aqui” aparecer em três indicações na lista final do Óscar 2025: Melhor Filme; Melhor Filme Internacional; e Melhor Atriz Principal (Fernanda Torres). No embalo das indicações, o portal LeoDias relembra outras produções brasileiras que já foram indicadas e até chegaram a ganhar a tão sonhada estatueta.
Orfeu Negro (1960)
O Brasil já estreou na Academia com estatueta! Na edição de 1960, Orfeu Negro, filme dirigido pelo diretor francês Marcel Camus, inspirado na peça teatral Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, levou a estatueta de Melhor Filme Internacional. O longa, rodado em português, foi uma coprodução entre Brasil, França e Itália.
A trama é uma adaptação da mitologia grega Orfeu e Euredíce, ambientada no Brasil, na época do Carnaval. O longa contou com os atores brasileiros Breno Mello, Lourdes de Oliveira e Léa Garcia em seu elenco, além da norte-americana Marpessa Dawn.
O Pagador de Promessas (1963)
O primeiro filme 100% brazuca a ser indicado ao Oscar foi O Pagador de Promessas, dirigido por Oswaldo Massaini. O longa é uma adaptação do livro homônimo de Dias Gomes, e conta a história de Zé do Burro, um homem humilde que enfrenta o preconceito e intransigência da Igreja Católica para cumprir uma promessa feita em um terreiro de Candomblé de carregar uma cruz pesada até a Igreja de Santa Bárbara, em Salvador.
Apesar da indicação a Melhor Filme Internacional, o filme acabou superado pelo longa francês Les dimanches de Ville d’Avray. O filme contou com Leonardo Villar, Glória Menezes, Norma Bengell, Dionísio Azevedo e Geraldo Del Rey em seu elenco.
Raoni (1979)
Em 1979, o Brasil teve, pela primeira vez, um documentário indicado ao Oscar. Raoni (1979), que conta a história de ativismo do cacique Raoni contou com uma coprodução brasileirao ao lado de França e Bélgica. O filme contou com Marlon Brando como narrador na versão inglesa do longa e teve Luiz Carlos Saldanha e o belga Jean-Pierre Dutilleux na direção. Apesar da indicação, o vencedor acabou sendo Scared Straight, de Arnold Shapiro.
O Beijo da Mulher-aranha (1986)
Em 1986, pela primeira vez, um filme brasileiro teve mais de uma indicação para o Oscar. O Beijo da Mulher-aranha teve 4 indicações: Melhor Filme; Melhor Diretor (Héctor Babenco); Melhor Roteiro Adaptado; Melhor Ator (William Hurt). Inspirado no livro El Beso de la Mujer Araña, do escritor argetino, Manuel Puig, o longa conta a história de romance entre Luís Molina, um prisioneiro político de esquerda, preso em uma prisão brasileira durante a ditadura militar, e Valentín Arregui, um homossexual afeminado preso por “corrupção de menor”.
O filme foi uma co-produção entre Brasil e Estados Unidos e não chegou a ser indicado a categoria de Melhor Filme Internacional. William Hurt conquistou a estatueta como melhor ator.
O Quatrilho (1996)
Em 1996, o Brasil voltou a ter um filme indicado na categoria de Melhor Filme Internacional depois de 36 anos. O Quatrilho, inspirado no livro homônimo de 1985 escrito por José Clemente Pozenato, conta a história de dois casais que vivem em uma cidade rural habitada por imigrantes italianos no Rio Grande do Sul na década de 1910. O filme fala sobre quando os casais decidem viver sob o mesmo teto por conta de dificuldades financeiras.
Com o passar do tempo, a esposa de Angelo Gardone (Alexandre Paternost), interpretada por Patricia Pillar, acaba se interessando pelo marido de Pierina (Glória Pires), vivido por Bruno Campos, e esse sentimento é correspondido. O filme acabou superado pela produção neerlandesa Antonia’s Line.
O Que É Isso, Companheiro? (1998)
Dois anos depois, o Brasil voltou a constar na lista de filmes internacionais do Oscar com “O Que É Isso, Companheiro?”. Inspirado no livro homônimo do jornalista Fernando Gabeira, o longa narra a experiência do autor no grupo revolucionário MR-8, incluindo o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick na década de 1960, e seu posterior exílio do Brasil na década seguinte.
O longa contou com a direção de Bruno Barreto e teve atores como Pedro Cardoso, Fernanda Torres (a própria), Selton Mello, Claúdia Abreu e Caio Junqueira no elenco. O filme acabou superado pelo filme neerlandês Karakter.
Central do Brasil (1999)
Um dos filmes mais emblemáticos da história do cinema nacional, Central do Brasil, que contou com a direção de Walter Salles e a interpretação memorável de Fernanda Montenegro representou o Brasil no Oscar de 1999.
O filme conta a história de Dora (Fernanda Montenegro), uma professora aposentada que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, e seu encontro com Josué (Vinícius de Oliveira), um pobre menino de 9 anos, em busca de reencontrar o próprio pai. O filme teve duas indicações: melhor filme internacional e melhor atriz.
O longa deu o “azar” de concorrer com “A Vida é Bela”, considerado um dos melhores filmes da história, e acabou derrotado. Já Fernanda Montenegro acabou superada por Gwyneth Paltrow (“Shakespeare Apaixonado”) em uma das decisões mais polêmicas da história da Academia.
Cidade de Deus (2004)
Considerado o filme brasileiro com maior destaque internacional, o longa dirigido por Fernando Meirelles teve nada mais, nada menos do que 4 indicações ao Oscar: Melhor Diretor; Melhor Roteiro Adaptado; Melhor Edição; Melhor Fotografia.
O longa conta a história de pobreza e violência na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, a partir da perspectiva de Buscapé, um jovem que encontra na fotografia uma maneira de fugir da violência. Com atuações memoráveis de Leandro Firmino, como Zé Pequeno, e Seu Jorge, como Mané Galinha, o filme entrou para galeria de maiores produções artísticas da história do país.
Apesar das 4 indicações, o longa acabou sem prêmios na noite. Mesmo sendo considerado o melhor filme estrangeiro do ano, Cidade de Deus acabou sofrendo um boicote de parte da indústria cinematográfica por conta de suas inúmeras cenas violentas. Com isso, o filme sequer constou na lista de e melhores filmes internacionais.
O Menino e o Mundo (2016)
De forma inédica, em 2016, o Brasil colocou entre seus indicados um filme na categoria de melhores animações. Com a direção de Alê Cruz, o filme conta a história de Cuca, um garoto que vive em uma aldeia distante e sofre com a ausência de seu pai, que foi para a capital em busca de trabalho. Motivado a encontrá-lo, ele deixa sua casa e parte em uma jornada. Ao longo do caminho, Cuca se depara com uma sociedade marcada pela pobreza, exploração dos trabalhadores e uma sensação generalizada de falta de esperança. Apesar do feito de ser indicado a uma categoria dominada por produtoras americanas, o Menino e o Mundo acabou superado pelo primeiro filme da franquia Divertidamente.
Menções honrosas
Além de todos os filmes citados acima, o Brasil já contou com algumas produções indicadas na categoria de melhor documentário: El Salvador: Another Vietnam (em 1982, que contou com a direção da brasileira Tetê Vaconcellos); Lixo Extraordinário (2011); Sal da Terra (2015); e Democracia em Vertigem (2020).
Por duas vezes, o Brasil também teve representado na categoria de melhor canção original: Ary Barroso, com a faixa “Rio de Janeiro”, no filme Brazil (1945); e Carlinhos Brown e Sergio Mendes, com a faixa “Real in Rio”, do filme de animação Rio (2012).
Um dos principais diretores do universo da animação, o brasileiro Carlos Saldanha, também já chegou a ser indicado ao prêmio em produções estrangeiras: Gone Nutty (curta-metragem em animação, em 2004); e Meu Touro Ferdinando (melhor animação em 2018).
Outra brazuca a ser indicada em produções estrangeira foi Luciana Arrighi, que conquistou a estatueta de melhor direção de arte em 1993, no filme “Howard’s End”, se consagrando como a primeira brasileira a conquistar a maior honraria do cinema internacional. Ela também voltou a ser indicada em 1994, com “The Remains of The Day” e em 2000, com Anna And The King.
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