Lore Improta tropeça e cai durante desfile da Viradouro. Veja! Lore Improta mostra arranhões na coxa e bumbum após queda na Sapucaí. Veja! Explode, coração! Sapucaí vibra com prêmio de “Ainda Estou Aqui”. Veja!
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Assistimos a todos os filmes que concorrem ao Oscar 2025. Veja o que achamos!

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          Faltam poucas horas para o Oscar 2025 e o portal LeoDias está de olho nos indicados! Antes da edição do prêmio que reúne os melhores filmes do ano, nossa reportagem se debruçou nos 10 longas indicados à categoria de melhor filme do ano e avaliou um a um. Veja o que nossa equipe achou sobre os filmes:

          Veja as fotos

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          Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva em Ainda Estou AquiReprodução
          Divulgação
          Cena do filme ConclaveDivulgação
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          A Substância, indicado ao Oscar 2025Reprodução
          Divulgação
          Cena do filme AnoraDivulgação
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          Duna: Parte 2, indicado ao Oscar 2025Reprodução
          Divulgação: Netflix
          Karla Sofía Gascón em "Emilia Pérez"Divulgação: Netflix
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          Nickel Boys, indicado ao Oscar 2025Reprodução
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          Um Completo Desconhecido, indicado ao Oscar 2025Reprodução
          Reprodução: Universal Pictures
          Adrien Brody ganhou o Globo de Ouro de "Melhor Ator" por "O Brutalista"Reprodução: Universal Pictures

          Ainda Estou Aqui

          Luiz Henrique Oliveira, editor-chefe

          A essa altura do campeonato, há pouco a dizer sobre “Ainda Estou Aqui”. Walter Salles faz um retorno poderoso, após mais de 10 anos afastado do cinema narrativo, com uma obra que transcende o cinema e se firma como um documento histórico carregado de emoção e simbolismo, tanto para brasileiros quanto para o público que abraçou o filme ao redor do planeta.

          A história de Eunice Paiva, interpretada de forma soberba pela agora “totalmente indicada” Fernanda Torres, nos transporta para os anos de chumbo da ditadura militar brasileira, onde a luta por justiça se confunde com a dor da perda. Com uma fotografia que evolui conforme o tempo avança, o filme nos guia pelos traumas e transformações de uma mulher que se recusou a ser silenciada.

          O que mais impressiona em “Ainda Estou Aqui” é a maneira como Salles equilibra o drama pessoal e o contexto político sem cair em exageros ou didatismos. A jornada de Eunice, de esposa e mãe a ativista e símbolo de resistência, é construída com um realismo que envolve completamente a quem assiste.

          A atuação de Torres é, como todos os prêmios evidenciam, arrebatadora, transmitindo cada nuance de sua personagem — do medo e desespero iniciais à força inquebrantável que surge com o passar dos anos. O estilo de direção de Salles usa a câmera na mão para colocar o espectador dentro da narrativa, tornando cada momento ainda mais visceral, ao mesmo tempo em que o naturalismo das atuações nos aproxima desses personagens.

          Este é, portanto, um daqueles filmes que não se esquecem facilmente. Para além de todo o contexto histórico que a produção tomou (é o primeiro filme latino-americano, falado em português e 100% produzido no Brasil a ser indicado como Melhor Filme no Oscar), “Ainda Estou Aqui” não apenas emociona, mas também nos lembra do poder do cinema em resgatar memórias e dar voz a histórias que não podem ser apagadas. É uma obra-prima que precisa ser vista — e sentida — com o coração. Nota: 10/10

           

          Conclave

          João Victor, jornalista

          O filme dirigido por Edward Berger veio com uma proposta ousada: abrir as portas do Vaticano e mostrar o que acontece durante as eleições para escolher o cardeal que irá representar a Igreja Católica em todo o mundo. O longa, bom salientar, é uma ficção, inspirada no livro homônimo de Robert Harris, que conta os desafios enfrentados pelo Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) no processo de escolha do novo Conclave, a eleição entre os principais representantes da Igreja Católica para escolha do novo Papa. 

          Sendo o “decano” entre os cardeais, o personagem vivido por Fiennes é o responsável por organizar as eleições entre os arcebispos e isolá-los do mundo exterior, por mais desafiador que seja. Entre tramas políticas, reuniões secretas e segredos revelados, o filme prende e choca do começo ao último minuto. 

          Por mais ficcional que seja, o longa não se esquiva de polêmicas recentes da Igreja Católica e põe vários “dedos nas feridas” de casos que abalaram a instituição religiosa como escândalos sexuais e corrupção. 

          O filme ganha ainda mais contextos de atualidade com o grave estado de saúde do Papa Francisco e a possibilidade de um novo Conclave ocorrer.

          Se há uma dica que o portal LeoDias pode dar para quem pretende assistir o longa é: não pegue spoilers! O final de Conclave tem uma das revelações mais chocantes do cinema nos últimos anos. É o tipo de filme que traz reflexão e que gera longos debates entre círculos de amigos e familiares. 

          Apesar de estar bem presente na temporada de premiações, o filme não tem levado muitos prêmios para casa. O longa está indicado a 8 categorias no Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Edward Berger); Melhor Ator (Ralph Fiennes); e Melhor Roteiro Adaptado (Peter Straughan). Nota: 9/10

           

          A Substância

          Heloísa Cipriano, jornalista

          O gênero body horror veio para ficar com “A Substância”. Se antes as pessoas conheciam o terror corporal de David Cronenberg, que explorava monstros e transformações físicas como em “A Mosca” (1986), agora conhecem com uma sacada ainda mais genial da cineasta Coralie Fargeat.

          O longa brinca com a dualidade crítica sobre o corpo feminino versus a repugnância. Afinal, não tinha tema melhor para ilustrar o que é a degradação do corpo humano no ponto de vista da sociedade. O corpo feminino sempre será uma pauta forte para se debruçar quando falamos de julgamento.

          Num momento em que o corpo padrão voltou a ser uma dor de cabeça para as mulheres, onde vemos a cultura da malhação ser cada vez mais difundida – e não é por questões de saúde – o longa com Demi Moore no papel principal bate como um soco no estômago.

          A personagem é uma mulher de 50 e poucos anos, uma renomada apresentadora de um programa televisivo de aeróbica, que enfrenta a dura realidade que muitas mulheres enfrentam no mercado de trabalho: ela não serve mais para aquela função. Elisabeth Sparkle é demitida por seu chefe, um homem comum, até mais velho que ela, mas que consegue tudo o que quer simplesmente por ser… homem.

          Vemos uma mulher arrasada e devastada por conta de algo que não tinha lhe caído a ficha. Ela envelheceu. O corpo já não é mais o mesmo; está enrugado, perdeu o brilho da juventude. Chegou aquele momento que toda mulher vive: o de não se sentir mais útil.

          Aí é que vem Demi Moore e a conexão com a história da atriz. O papel é todo dela. Conhecida por ser um grande sexy symbol na década de 1990 e uma das atrizes mais bem pagas na época, Demi enfrentou queixas por ser “bonita demais e talentosa de menos”. As críticas, é claro, afetaram a percepção da artista de si mesma, o que reduziu aos poucos o seu trabalho nas telonas.

          A maturidade lhe fez muito bem: retornou com tudo em “A Substância” e veio para mostrar que não é apenas um rostinho bonito. No Festival de Cannes, o filme foi ovacionado por 13 minutos consecutivos. Ganhou o Globo de Ouro, o Critics’ Choice Awards, o SAG Awards e é a principal concorrente de Fernanda Torres ao Oscar de Melhor Atriz.

          Além de explorar o amor próprio dos corpos femininos, levando às telas a diferença entre uma mulher mais velha (Demi Moore) e uma mulher mais jovem (Margaret Qualley), o filme explora a sensação de “nojo” muito bem. Saímos extasiados, com um nó no estômago, repugnantes do que acabamos de ver.

          Ao final, o laboratório que Elisabeth procura acaba oferecendo a substância que reduz aos poucos a sua vida e a torna num monstro. Ela prefere sua versão mais jovem por considerá-la “melhor”; a diretora tenta construir uma relação de duplo sentido entre as duas, buscando referências literárias por meio de Oscar Wilde com “O Retrato de Dorian Gray”. O monstro diz “Ainda sou eu” e constrói essa relação filosófica no desfecho da narrativa.

          O sentimento é de incômodo; e se Coralie Fargeat queria isso, conquistou muito bem. Nota: 9/10

           

          Anora

          Eduardo Reis, jornalista

          Quando vamos ao cinema, muitas vezes esperamos aquele habitual roteiro de construção narrativa. Uma introdução, desenvolvimento, clímax e desfecho. Porém, o auge de Anora é sempre a próxima cena. O maior absurdo é o que ainda não aconteceu. Em pouco mais de duas horas, o longa de Sean Baker é uma verdadeira viagem ao puro e completo caos.

          No filme somos apresentados a Anora, perfeitamente interpretada por Mikey Madison, uma dançarina erótica de Nova Iorque. A rotina dela na boate já torna a história interessante, mas a coisa começa a escalar quando um herdeiro russo surge no local e se interessa na protagonista, que possui ascendência russa.

          A partir daí, ganha contornos “Se Beber, Não Case” até chegar no começo do ápice. Quando os planos de Anora começam a sair dos trilhos, a comédia violenta começa a brilhar por conta própria.

          O maior mérito do longa é a condução de Sean Baker. O roteiro possui um ritmo difícil, e o americano aplica uma maestria sem igual. 

          Madison é outra que faz tudo acontecer. A concorrente de Fernanda Torres ao Oscar de Melhor Atriz sabe a hora de acelerar e a hora de dar contornos de drama. O ator Yura Borisov, que concorre à categoria de coadjuvante, é um achado e entrega uma interpretação simples e bonita.

          O final de “Anora” é uma desconstrução de todo o turbilhão e dá um novo ponto de vista a tudo que o espectador viu anteriormente. Se prepare para rir, chorar e ser pego em pensamentos conflituosos. Nota: 9/10

           

          Wicked

          Dayanne Vieira, jornalista

          A adaptação cinematográfica de Wicked, dirigida por Jon M. Chu, chegou carregada de expectativas e já garantiu um lugar de destaque na temporada de premiações. Com 10 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, o longa se tornou um dos favoritos da indústria. Mas será que toda essa aclamação é justificada? O portal LeoDias assistiu e analisa os méritos (e desafios) dessa superprodução.

          No quesito design de produção, Wicked faz jus ao universo grandioso da Broadway. Figurinos detalhados, maquiagem impecável e uma direção de arte que transforma Oz em um cenário cinematográfico rico e vibrante. Os efeitos visuais elevam a fantasia sem cair no exagero, criando um equilíbrio entre o real e o mágico.

          No entanto, apesar do esmero técnico, falta um toque inovador que o diferencie de outros musicais já consagrados no cinema. O resultado é um espetáculo belíssimo, mas que não necessariamente expande os limites do gênero.

          A força de Wicked está em suas protagonistas. Cynthia Erivo (Elphaba), indicada ao Oscar de Melhor Atriz, entrega uma performance cheia de nuances e profundidade emocional. Sua voz potente brilha em números como Defying Gravity, um dos momentos mais arrebatadores do filme. No entanto, sua abordagem mais introspectiva pode dividir opiniões para alguns, uma escolha sofisticada, para outros, um tom contido demais para certos momentos dramáticos.

          Já Ariana Grande (Glinda), indicada como Melhor Atriz Coadjuvante, surpreende ao equilibrar comédia e drama na medida certa. Sua Glinda é vibrante, carismática e evolui de forma convincente ao longo da trama. Se havia dúvidas sobre sua capacidade de sustentar um papel desse nível, ela as dissipa com naturalidade. Além dos vocais impecáveis, Ariana demonstra um domínio de cena que reforça seu crescimento como atriz.

          Com indicações em categorias como Melhor Trilha Sonora Original, Edição e Efeitos Visuais, Wicked se firma como uma produção grandiosa e bem executada. No entanto, sua recepção dependerá do quão dispostos os votantes da Academia estarão a premiar um musical com forte apelo comercial.

          Ainda que não traga inovações ao gênero, Wicked já consolidou seu espaço como um dos eventos cinematográficos do ano e reafirma o poder do musical em Hollywood. Resta saber se Oz conseguirá brilhar também na noite do Oscar. Nota: 9,5/10

           

          Duna: Parte 2

          Luciano Verdolin, jornalista

          “Duna: Parte 2” traz a mesma competência e rigor da produção que seu antecessor, mas não conseguiu repetir o mesmo triunfo nas indicações ao Oscar. Enquanto o primeiro “Duna” ganhou seis das dez categorias ao qual foi indicado em 2022, o segundo filme da saga concorre a apenas cinco estatuetas, incluindo Melhores Efeitos Visuais, e claro, Melhor Filme.

          Lançado no início de 2024, o longa foi não só sucesso de bilheteria, mas também sucesso entre o público, sendo ovacionado em sites de avaliação popular – como o Letterboxd, e ganhado destaque nas redes sociais na época de lançamento.

          A adaptação cinematográfica de Denis Villeneuve do épico literário homônimo de Frank Herbert traz a continuação direta da história de Paul Atreides (Timothée Chalamet), herdeiro de uma das famílias mais influentes do universo e filho de uma bruxa, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), capaz de prever o futuro. 

          Após o pai de Paul sofrer um atentado que dizimou todos que conhecia, o jovem é acolhido pelo povo Freemen e conhece Chani (Zendaya), por quem ele se apaixonará. Paul então se junta à luta contra o mesmo império intergalático que seu pai jurou servir, enquanto lida com o fato de ser chave principal de uma antiga profecia: uma que o coloca como responsável por uma guerra que matará bilhões ao redor do universo.

          Assim como o antecessor, “Duna: Parte 2” traz um conjunto forte e impressionante de roteiro, atuações e, principalmente, efeitos técnicos e visuais. Não é a toa que o antecessor ganhou as principais categorias técnicas da noite, feito que a segunda parte tem condições de repetir. 

          O longa, no entanto, não parece ter agradado os críticos da academia. O filme ficou de fora de duas importantes, e merecidas, categorias – Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora. E apesar da indicação de Melhor Filme, “Duna: Parte 2” está longe de estar entre os favoritos a levar o prêmio, embora tenha todos os elementos para merecer a estatueta.  Nota: 9,5/10

           

          Emília Pérez

          Mathews Sá, jornalista

          Concorrendo em 13 categorias, “Emilia Perez” tinha tudo para passar o rodo na noite do Oscar. Com indicações incluindo “Melhor Filme”, “Melhor Diretor” e “Melhor Atriz”, o musical levou vários dos prêmios considerados “termômetros” para o Oscar, como Cannes e o BAFTA. Mas por que o “musical criminal” teve tantas indicações? Ele realmente merece esse “auê” todo?

          O diretor francês Jacques Audiard falha em tudo que se presta a fazer. Grande parte das músicas é cantada em sussurros, em cenas quase que desconectadas da trama geral. A parte “criminal” é rasa e retrata um México estereotipado que não condiz com a realidade. A representatividade trans do personagem da Karla Sofía Gascón é equivocada, com um foco desnecessário na parte de cirurgias e aparências, além de reforçar a binariedade.

          Mesmo com mais de duas horas de duração, o espectador não consegue se conectar emocionalmente com nenhum dos personagens. O anacronismo do filme também incomoda. A boa performance de Zoë Saldaña se perde entre cenas desencaixadas. Selena Gomez deixa muito a desejar, vocalmente e em sua atuação.

          Se não se levasse tanto a sério, o filme poderia ser considerado um “brega divertido”, mesmo com todos os males que assombram seu roteiro e atores. Seria possível “passar um pano” nos problemas, se não fossem as falas problemáticas de Jacques e o passado preconceituoso de Karla.

          Porém, uma coisa não se pode negar: o filme é cinematograficamente bonito. Ignorando o conhecido e xenofóbico filtro sépia, a composição é bem feita e os visuais agradam os olhos. Fora isso, recomenda-se assistir sem muitas pretensões. Você vai se decepcionar. Nota: 4/10

           

          Nickel Boys 

          Henrique Carlos, jornalista

          Indicado ao Oscar 2025 nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, “Nickel Boys” é um dos longas que deixam um gosto amargo na boca após chegar ao ápice da dramática história. O filme se passa em um reformatório da Flórida, nos anos 1960, e acompanha dois jovens afro-americanos que enfrentam absurdos no local.

          Baseado no livro homônimo de Colson Whitehead, vencedor do Prêmio Pulitzer, o filme é protagonizado por Elwood Curtis (Ethan Herisse) e Turner (Brandon Wilson). A direção de RaMell Ross, complicada em alguns momentos e delicada em outros, leva o espectador a sentir angústia diante dos abusos sofridos pelos jovens na instituição retratada.

          A produção desenterra uma tragédia absurda, chocando com sequências dolorosas e o drama de um garoto que estava no lugar errado, na hora errada. A lei da sobrevivência para o protagonista muda quando ele conhece um possível amigo no reformatório, alguém que parece disposto a ajudá-lo.

          Enquanto isso, a instituição e seus funcionários tentam, o tempo todo, enfiar na cabeça daqueles rapazes que, provavelmente, eles nunca se livrarão daquele lugar. O superintendente Spencer (Hamish Linklater) comanda os jovens sob a desculpa de estar cumprindo o desejo de Deus, mas enterra vários rapazes no terreno do reformatório.

          A avó de Elwood (Aunjanue Ellis-Taylor) sofre do lado de fora, sentindo-se impotente na luta para tirar o neto daquele inferno. A linguagem visual de Nickel Boys é incrível e adiciona um tom ainda mais impactante a essa história forte e devastadora que causa um enorme impacto.

          O grande problema do filme está no ritmo lento, que pode irritar os mais impacientes. Em contraste, as sequências em primeira pessoa oferecem uma abordagem interessante. Acompanhar a história pode parecer difícil no primeiro momento, mas o desfecho prova que Nickel Boys carrega o peso de uma acusação silenciosa e bem amarrada. Nota: 8/10 

           

          Um Completo Desconhecido 

          Luiz Henrique Oliveira, editor-chefe

          James Mangold retorna ao universo das biografias musicais com Um Completo Desconhecido, mas desta vez ele não se contenta em apenas contar uma história – ele busca capturar a alma inquieta de Bob Dylan. O filme se concentra no período de ascensão do cantor, desde sua chegada a Nova York até a controversa guinada elétrica no Newport Folk Festival de 1965. Não é um simples biopic, mas um retrato pulsante de um artista em ebulição, que se reinventa à medida que o mundo ao seu redor muda. A recriação do Greenwich Village é impecável, transmitindo a efervescência de uma cena musical que transformaria a cultura para sempre.

          Timothée Chalamet entrega uma performance hipnotizante, equilibrando o carisma magnético de Dylan com sua conhecida aversão aos rótulos e expectativas. Ele não apenas incorpora os maneirismos do cantor, mas traduz sua essência indecifrável, transitando entre a introspecção e a rebeldia.

          A relação com Joan Baez (vivida por Monica Barbaro) se destaca como um dos pontos fortes da trama, ilustrando o embate entre o idealismo da época e a necessidade de Dylan de seguir sua própria visão artística. A sequência do show em Newport, que simboliza o choque entre tradição e renovação, é conduzida com uma tensão crescente, tornando-se o ápice emocional do longa.

          Ao evitar os clichês dos filmes biográficos, Um Completo Desconhecido não busca decifrar Dylan, mas sim aceitar seu mistério, mesmo que isso signifique sacrificar o ritmo do longa, que às vezes se perde ao tentar equilibrar as cenas que demonstram o espírito inquieto do artista com seus romances, apresentados de forma pouco convincente.

          Com uma direção segura, uma trilha sonora impactante e uma atuação memorável de Chalamet (além dele, Barbaro e Edward Norton entregam um trabalho muito interessante), o filme não apenas narra a história do cantor, mas questiona o que significa ser fiel à própria arte. Como Dylan bem demonstrou ao longo de sua carreira, a única certeza é a mudança, e Mangold nos lembra disso em cada cena. Nota: 8/10

           

          O Brutalista

          Ana Clara Andrade, jornalista

          Após escapar de uma prisão europeia, László Tóth, arquiteto renomado que carrega um passado marcado pela segunda guerra, encontra nos Estados Unidos a promessa de uma nova vida. Na Pensilvânia, ele recebe convite de um empresário milionário para projetar uma obra ousada, que parece ser o fundamento de uma nova vida.

          No entanto, “O Brutalista” vai muito além da expectativa de uma história de superação e recomeço. Muito pelo contrário, a narrativa se desvia do otimismo, com uma visão fragmentada em um filme dividido em três momentos diferentes da vida do arquiteto, cada um mais cruel, áspero e desafiador que o outro.

          Imerso em um país onde deveria encontrar liberdade, Tóth, interpretado magistralmente por Adrien Brody, na realidade, acaba se perdendo na experimentação e em suas próprias prisões. O brutalismo que o protagonista não se limita às suas criações arquitetônicas, mas invade sua essência, com uma narrativa densa e forte.

          Apesar de sua grandiosidade, o filme exige paciência. Com mais de três horas de duração, a trama se desenrola de forma meticulosa, exige atenção aos detalhes, e torna-se cansativa. O ritmo lento e a densidade dos temas abordados fazem com que seja fácil perder o foco, tanto é que a trama conta com uma pausa. 

          Claro, cada cena tem seu propósito dentro da construção da história. Prova disso é que os personagens se movem como peças de um jogo instável, onde mocinhos e vilões trocam de papéis constantemente. Essas transformações são um dos pontos altos do filme, mas a forma como são construídas ao longo da trama podem ser cansativas. 

          No fim, “O Brutalista não se limita a contar a história da construção de um prédio – ele ergue e destrói relações humanas e explora dilemas éticos. É um ótimo filme para quem busca uma performance marcante e um mergulho em questões históricas, mesmo sem ser baseado em fatos reais. No entanto, entre os concorrentes ao Oscar, é, sem dúvida, o mais cansativo. Nota 8/10

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