Confira o que está por trás da onda de sucesso dos dramas coreanos das telinhas
Os gêneros das séries são variados, vão de ação, comédia e suspense até os romances, que estão mais em alta
Que os doramas (dramas coreanos) estão garantindo um sucesso atrás do outro não é novidade, mas o que será que está por trás desse sucesso? Em entrevista ao portal LeoDias, o coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Pedro Curi, e a psicóloga Leninha Wagner, explicaram sobre fatores que influenciaram nisso.
De acordo com um levantamento feito pela Netflix, entre 2019 e 2022 o interesse pelas novelas orientais, os chamados doramas ou k-dramas, sextuplicou no Brasil. Em 2023, entre as 10 produções mais assistidas do streaming no Brasil, 6 delas foram doramas. Além disso, dados do governo da Coreia do Sul acessados pelo Box Brazil Media Group afirmaram que em 2022 o Brasil ficou no top 5 no ranking dos países que mais consumiram séries coreanas no mundo, ocupando o quinto lugar.
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Até quem nunca assistiu um dorama, já ouviu falar dos famosos dramas que estão dominando a internet e as telinhas. O termo “Dorama” vem da pronúncia “drama” em japonês e engloba as diversas produções asiáticas que temos visto hoje em dia, como os K-dramas (doramas sul-coreanos), os C-dramas (doramas chineses), os t-dramas (doramas taiwanês) e os thai-dramas (doramas tailandeses).
Os gêneros das séries são variados, vão de ação, comédia e suspense até os romances, que estão mais em alta. As produções geralmente tem entre 16 e 20 episódios, e tratam sobre assuntos do cotidiano como bullying, vida profissional ou acadêmica, e pressões familiares. Os doramas ganharam mais notoriedade no Brasil com as produções de ficção da Coreia do Sul.
O especialista em audiovisual Pedro Curi afirma que um dos fatores desse sucesso foi um grande investimento por parte da Coreia. “Ao longo dos últimos cinco anos, mais ou menos, algumas obras coreanas já estavam chegando no Brasil. Com a entrada de plataformas de streaming no mundo em escala global, e a chegada de certas plataformas em mercados asiáticos como a Netflix, houve um investimento muito grande na produção de conteúdo coreanos por parte da Coreia do Sul. Esse incentivo fez com que aumentasse o número de produções, que já tinham narrativas pensadas para um mercado mais globalizado”, explica Curi.
“Um efeito muito forte que também influenciou na visibilidade desse tipo de conteúdo, foi a combinação entre as plataformas de streaming, que permitem que as pessoas decidam o que vão assistir e quando vão assistir, com as redes sociais, que fazem com que as pessoas acabem seguindo nas suas bolhas os conteúdos sobre os quais as pessoas dos círculos delas estão falando, então é como se o boca a boca ganhasse uma escala muito grande”, complementou.
A secretária Adrielly Marter, de 27 anos, é a prova viva de que o boca a boca realmente faz a diferença, como o especialista mencionou. “Eu comecei a assistir os doramas, porque uma amiga me indicou e nunca mais parei. Eles são viciantes, é impossível assistir apenas um episódio, desde o primeiro momento que assisti fiquei muito envolvida pelos enredos. E claro, indiquei para outras amigas que ficaram viciadas também ”, conta a fã animada.
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Pedro esclarece que as produções abordam histórias muitas vezes simples, ao primeiro olhar, e que trazem também uma lógica fabular e inocente. Então esse é um dos maiores contrapontos em relação às novelas brasileiras, que nos últimos anos seguiram por uma estética e uma narrativa mais realista, mais contemporânea e trazendo questões locais mais fortes.
De acordo com a psicóloga especialista em psicanálise Leninha Wagner, os temas universais dos doramas, como o amor, a amizade e a luta por superação, tocam em necessidades emocionais fundamentais humanas independente da nacionalidade. “Essas histórias permitem uma catarse emocional, onde os telespectadores podem projetar suas próprias experiências e desafios nas tramas. Essa universalidade emocional permite que os doramas sejam apreciados em diversas culturas, incluindo o Brasil”, explica.
Segundo ela, a psicologia clínica aponta que essas narrativas proporcionam uma sensação de segurança emocional, permitindo que o espectador se envolva com as histórias sem a sobrecarga emocional que muitas vezes acompanha dramas mais intensos.
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