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Rival de “Ainda Estou Aqui”, “Emilia Pérez” erra proporções e acerta no tosco

Filme começa promissor, mas estereótipos e roteiro atrapalham potencial

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*As informações contidas neste texto são de responsabilidade dos colunistas e não expressam necessariamente a opinião do portal LeoDias.

          Você com certeza nunca assistiu um filme como “Emilia Pérez”, grande rival de “Ainda Estou Aqui” no Oscar de 2025 que estreia nesta quinta (6/2) nos cinemas brasileiros. A mistura de musical com melodrama sobre transexualidade e suspense de cartel mexicano, muitas vezes, perde o fio da meada e desperdiça bons valores em sua concepção.

          O longa dirigido pelo francês Jacques Audiard bateu recorde na maior premiação do cinema para um filme não estadunidense, com 13 indicações. Além da aprovação de lendas do cinema, como James Cameron. Apesar de a recepção na América Latina e no Brasil ser bem ruim. Essa dualidade a “Emilia Pérez” o torna o filme mais “ame ou odeie” da temporada.

          Veja as fotos

          Reprodução: Netflix
          Emilia PérezReprodução: Netflix
          Divulgação: Pathe
          Filme "Emilia Pérez"Divulgação: Pathe
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          Conheça os rivais de "Ainda Estou Aqui" na corrida pelo Oscar 2025Reprodução
          Reprodução: Instagram/Karla Sofía Gascón
          Karla no pôster do filme "Emilia Pérez"Reprodução: Instagram/Karla Sofía Gascón

          No começo somos apresentados à personagem de Zoe Saldaña, Rita Mora, uma advogada genial mas que não está satisfeita com a própria carreira, até ser abordada por um chefe de cartel mexicano, Manitas. Cansado da vida de mafioso, o criminoso conta com Rita para ajudar em sua transição de gênero.

          O único porém é que Manitas já possuía uma família, a mulher Jessi (interpretada por Selena Gomez) e dois filhos. O criminoso, com ajuda de Rita, forja sua própria morte e faz a cirurgia de redesignação sexual e assume uma nova persona, Emilia Pérez, interpretada por Karla Sofía Gascón.

          Zoe Saldaña é o ponto mais alto do filme. Apesar do espanhol macarrônico e performance vocal medíocre nos números musicais, quem salva o filme no quesito drama é a americana.

          Karla, por outro lado, desempenha um papel que é contraditório por natureza. O passado de chefe de cartel e o presente como uma mulher se conflitam o tempo inteiro. A interpretação da espanhola é sutil e correta, sem exageros ou maneirismos.

          Já quem erra a mão em tudo que se propõe no filme é Selena Gomez. A americana não convence com o espanhol claramente forçado e é incapaz de dar qualquer profundidade a uma personagem viúva, mãe solo e cercada dos perigos do crime organizado. Além dos números musicais da diva pop beirarem a vergonha alheia.

          Por falar na trilha sonora, ela desempenha um papel secundário no filme. O musical é uma roupagem apenas em meio ao desenvolvimento, entrando em alguns momentos específicos. As letras simplórias e ritmos simples dão leveza, apesar de nem sempre a trama estar pedindo por isso.

          Proporções e execução

          “Emilia Pérez” possui dois grandes defeitos: a montagem e o roteiro. Os cortes pretos na tela para fazer transição temporal possuem características parecidas com os capítulos de um livro, mas a edição deixa a desejar.

          Já para o script, a primeira hora do longa francês é muito bom e promissor. Zoe rouba a cena e conduz bem um princípio de desenvolvimento para o tema transexualidade para a protagonista. Com a ajuda de uma ótima filmagem e números musicais mais inventivos.

          A partir daí, começa um show de estereótipos sobre o México e um desenrolar aquém do que estava sendo construído anteriormente. O roteiro deixa de lado o trama familiar e começa a focar no cartel e nas vítimas da violência no país.

          Esta escolha criativa comprometeu o arco dos personagens de Karla Sofía Gascón e de Selena Gomez (que já não se ajudava muito). Além de um romance sem pé nem cabeça.

          O clímax possui um suspense interessante, mas o final é brochante. Além de não concluir nenhum raciocínio por volta do texto.

          A história de “Emilia Pérez” é inovadora e fora da caixa, e mereceu, em partes, a boa recepção das premiações internacionais e grandes nomes da indústria. Porém, para a comunidade latina, é também um amontoado de ideias sem conclusões, estereótipos e sem propósito.

          Ora o desenvolvimento dramático dá lugar ao musical, depois pelo suspense, depois pela tentativa de documentar as vítimas do crime organizado no México. Ao tentar juntar todo esse balaio, acertam no mau gosto.

          Um filme francês, estrelado por americanas e europeias e gravado fora do México, onde se passa, evidenciam a falta de sensibilidade do longa. Há quem também possa apenas se divertir com o musical e o enredo inédito. Amando ou odiando, sua opinião para “Emilia Pérez” será forte.

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