Entenda como conceitos de padrão de beleza mudam ao longo dos anos
Em entrevista ao portal LeoDias a coordenadora do curso de Design de Moda do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Valeska Nakad, explicou sobre o assunto
Os padrões de beleza sofrem mudanças constantes ao longo dos anos, não é preciso procurar muito para encontrar tendências que vem e vão com o passar do tempo. No desfile de retorno da Victoria’s Secret, por exemplo, a diversidade de corpos e gêneros teve destaque, uma mudança significativa para a marca, que não era conhecida pela inclusão. Buscando explicar essas transições, a reportagem do portal LeoDias entrevistou a coordenadora do curso de Design de Moda do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Valeska Nakad.
Para iniciar o assunto, a consultora de moda explicou que os padrões de beleza, tanto femininos quanto masculinos, têm evoluído significativamente ao longo das décadas por conta de diversos fatores influenciados por questões culturais, sociais, econômicas, políticas, demográficas e tecnológicas. “Isso pode ser caracterizado como ‘Zeitgeist’, termo alemão que significa ‘espírito do tempo’. Todas essas mudanças refletem as transformações nas sociedades e nas formas como o corpo humano é percebido e valorizado”, esclareceu.
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De acordo com ela, cada época foi marcada por um padrão diferente, mas as mudanças oscilaram entre a valorização da magreza, das curvas e dos músculos. Ela ressalta que no início dos anos 2000, a magreza extrema ainda era predominante, especialmente com a popularidade de estrelas do pop e modelos super magras.
No entanto, ao longo das últimas duas décadas, a diversidade nos padrões de beleza se tornou mais comum. E consequentemente, hoje, corpos mais curvilíneos, como os de Kim Kardashian, são celebrados ao lado de movimentos que promovem a aceitação corporal, como o “body positive”.
Além disso, ela esclarece que meios de comunicação como o cinema, a televisão e as redes sociais desempenham um papel crucial na definição e transformação desses conceitos ao longo do tempo, e moldam as percepções e as expectativas do que é considerado “belo” em diferentes épocas. “O cinema hollywoodiano foi um dos primeiros meios de comunicação de massa a impactar profundamente os ideais de beleza. Estrelas de cinema como Greta Garbo, Marilyn Monroe e Audrey Hepburn apresentaram padrões que foram amplamente replicados em todo o mundo”, afirma Valeska Nakad.
No entanto, é inegável como as redes sociais, como Instagram e TikTok, mudaram todo o cenário do jogo. Ela explicou que o conceito de beleza se tornou não só mais acessível, mas também mais democrático e, ao mesmo tempo, ainda mais sujeito a transformações rápidas.
“As redes amplificaram a diversidade, mas também estabeleceram novos padrões: a beleza “sem filtro” e o culto ao “selfie”, por exemplo, passaram a ter grande influência. Influenciadores e celebridades são capazes de criar tendências em tempo real, e as noções de beleza se adaptam às modas passageiras. Seja o realce de certos traços por meio de maquiagem ou procedimentos estéticos ou o retorno a uma estética mais natural. Isso reforça uma fluidez nos padrões de beleza, que se tornam mais pessoais, mas ao mesmo tempo ditados por influências de pessoas ‘comuns’ e celebridades”, esclarece.
Ela ressaltou que é necessário que as pessoas tenham esse entendimento para que não caiam nas armadilhas das pressões estéticas como a realidade distorcida do que é considerado bonito, e as comparações constantes entre a aparência real e a alterada. Valeska também afirma que fatores como a popularização de procedimentos estéticos e o uso de filtros digitais criaram um ideal de beleza muitas vezes inalcançável, promovendo uma estética uniforme e distante da diversidade natural.
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