Mounjaro natural: combinação de ingredientes pode ajudar a emagrecer?

Com o sucesso do medicamento Mounjaro (nome comercial da tirzepatida), indicado para diabetes tipo 2 e amplamente utilizado para o controle do peso, surgiram nas redes sociais os chamados “monjauros naturais”: alimentos e bebidas com potencial de reduzir o apetite, controlar os níveis de açúcar no sangue e até ajudar no emagrecimento.

Mas será que isso é real? Os “monjauros naturais” mais citados e suas funções

1. Batata Yacon

● Por que ficou famosa: Rica em frutooligossacarídeos (FOS), que funcionam como fibras prebióticas (alimento para as bactérias boas do
intestino)
● Ação no organismo: Melhora a saúde intestinal, promove saciedade e pode auxiliar no controle da glicemia.
● Micronutrientes: Potássio, vitamina C.
● Macronutrientes: Rica em fibras, baixo teor calórico e quase nenhuma gordura

2. Vinagre de maçã

● Por que ficou famoso: Viralizou por “controlar a fome” e reduzir o pico de açúcar no sangue.
● Ação no organismo: Pode retardar o esvaziamento gástrico e reduzir a resposta glicêmica se consumido antes das refeições.
● Micronutrientes: Traços de potássio, fósforo e aminoácidos.
● Atenção: Deve ser diluído em água. O uso excessivo pode causar irritações gástricas e danos ao esmalte dentário.

3. Psyllium

● Por que ficou famoso: Uma das fibras mais utilizadas por quem busca emagrecer de forma natural.
● Ação no organismo: Forma um gel no estômago que aumenta a saciedade, ajuda no trânsito intestinal e no controle glicêmico.
● Macronutrientes: Altíssimo teor de fibra solúvel, praticamente sem calorias.

4. Aveia

● Por que ficou famosa: Contém beta-glucanas, que ajudam na saciedade e no controle do colesterol.
● Ação no organismo: Reduz o índice glicêmico das refeições e proporciona saciedade prolongada.
● Micronutrientes: Ferro, magnésio, zinco, manganês.
● Macronutrientes: Boa fonte de carboidratos complexos e fibras.

5. Chá verde e café

● Por que ficaram famosos: Estimulam o metabolismo e reduzem o apetite temporariamente.
● Ação no organismo: Contêm cafeína e compostos antioxidantes que podem ajudar na oxidação de gordura.
● Micronutrientes: Polifenóis, potássio.

Cuidados no consumo: O consumo excessivo de cafeína pode causar irritação gástrica, insônia, ansiedade, tremores, aumento da pressão
arterial e taquicardia.

O chá verde, em grandes quantidades, assim como o café pode interferir na absorção de ferro e causar sobrecarga hepática se usado de forma abusiva ou concentrada (como em cápsulas).

A recomendação geral é moderar: até 400 mg de cafeína/dia (cerca de 3 a 4 xícaras de café coado), e no caso do chá verde, 1 a 3 xícaras ao dia, preferencialmente longe das refeições principais.

E a tal bebida “monjauro natural”?

Recentemente, viralizou nas redes sociais uma bebida chamada de “monjauro natural”, prometendo suprimir o apetite e auxiliar na perda de peso.

Composição mais comum:

● Vinagre de maçã
● Suco de limão espremido
● Água (morna ou gelada)
● Psyllium ou chia
● Canela em pó e gengibre

A proposta é tomar a mistura em jejum ou antes das refeições principais, com a promessa de prolongar a saciedade, estimular o metabolismo e controlar os picos glicêmicos. Algumas versões ainda incluem pimenta caiena e gotas de adoçante para suavizar o sabor.

A verdade:

Embora os ingredientes tenham alguns efeitos fisiológicos reais, principalmente na digestão e no controle glicêmico, nenhuma combinação de alimentos ou bebidas é capaz de replicar o mecanismo de ação de um medicamento como o Mounjaro, que atua diretamente nos receptores hormonais que regulam o apetite e o metabolismo.

Alimentação inteligente sim, ilusão não

Esses alimentos podem ser grandes aliados no processo de emagrecimento, principalmente se utilizados com orientação profissional e dentro de um plano alimentar equilibrado.

No entanto, é fundamental ter clareza: Eles não substituem medicamentos indicados por um médico. Tampouco dispensam a prática regular de atividade física. A ideia de “monjauros naturais” pode ser útil para chamar atenção para alimentos que realmente promovem saciedade e melhoram o controle glicêmico. Mas, na prática, não existe substituto natural com a potência, consistência e respaldo científico de um medicamento como a tirzepatida ou a semaglutida (ozempic).

A melhor estratégia?

Unir alimentação equilibrada + atividade física +, quando necessário, intervenção medicamentosa, sempre com acompanhamento profissional.