Cruzeiro x Palmeiras: CBF determina portões fechados e causa revolta em Minas Gerais
O Governo de Minas Gerais e o Cruzeiro se posicionaram contra a decisão da CBF e prometeram tomar medidas
A CBF determinou no último domingo (1º/12) que o duelo entre Cruzeiro e Palmeiras, pela 37ª rodada do Brasileirão, seja realizado com portões fechados no Mineirão, o que desagradou bastante o clube mineiro e o governo de Minas Gerais, que prometeu acionar a Justiça para reverter a decisão.
O jogo será na próxima quarta-feira (4/12) e por conta de uma emboscada de membros de uma organizada do Palmeiras contra cruzeirenses, ocorrida em uma rodovia em São Paulo, o governo de Minas Gerais, junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), solicitou que a partida aconteça com torcida única, mas o pedido enviado à Federação Mineira de Futebol (FMF) e CBF não foi acatado.
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Decisão por portões fechados
De acordo com a Rádio Itatiaia, a CBF enviou uma nota assinada por Júlio Avelar, diretor de competições da CBF, e André Mattos, diretor jurídico da entidade, comunicando aos presidentes de Cruzeiro e Palmeiras que a partida não contará com a presença de público. O ofício também foi encaminhado à Federação Mineira de Futebol e a Federação Paulista (FPF), além do comando da Polícia Militar de Minas Gerais e representantes do Ministério Público do estado.
“A Diretoria de Competições da CBF, em colaboração com as autoridades públicas locais e para garantir a segurança de todo e qualquer torcedor e cidadão diante dos severos riscos expostos pelo MP-MG e PM-MG, excepcionalmente, na forma dos regulamentos e da legislação vigente, determina que a partida entre Cruzeiro e Palmeiras seja realizada com portões fechados, sem a presença de torcedores de ambas as equipes”, diz trecho do comunicado.
O Cruzeiro não ficou muito feliz com a decisão da entidade máxima do futebol brasileiro e soltou uma nota oficial criticando a CBF por penalizar o clube devido a um “episódio não motivado”, se referindo à emboscada de torcedores palmeirenses aos cruzeirenses.
“O clube reforça que o fechamento dos portões, com a ausência da Nação Azul, configura uma penalização indevida, referente a um episódio que não foi motivado por torcedores do Cruzeiro, além de representar um prejuízo para o esporte em sua essência. O clube acompanha ativamente o desenvolvimento desta situação e almeja um desfecho assertivo para o caso”, diz um trecho do comunicado.
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, se mostrou indignado com a decisão e prometeu que o estado irá recorrer na Justiça: “Fiquei sabendo pela imprensa. E já judicializamos o tema contrário à decisão. Não faz sentido punir os torcedores do Cruzeiro pela barbárie da Mancha Verde”, declarou o político, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Já o Palmeiras declarou em nota que irá acatar a decisão “tomada em favor da isonomia” e lamentou “que as autoridades de segurança pública do referido estado não tenham apresentado um plano que pudesse garantir a presença de palmeirenses e cruzeirenses no estádio”. O alviverde paulista recebeu o Cruzeiro no estádio Allianz Parque, no primeiro turno, com presença das duas torcidas e, por isso, fez questão de cobrar que o mesmo acontecesse para a partida em Belo Horizonte.
Segundo a assessoria da CBF, houve um contra-argumento ao posicionamento do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) para que a partida fosse realizada com torcida única, pelo fato do Palmeiras ter concedido o direito de presença de cruzeirenses na partida do primeiro turno, em São Paulo, ainda mais pelo fato do duelo da próxima quarta ser de grande importância para os dois clubes, principalmente para o alviverde paulista, que disputa o título.
Por esse motivo e a recomendação oficial do Ministério Público, a entidade acabou por determinar a realização do jogo com portões fechados para manter a isonomia do campeonato.
O portal LeoDias entrou em contato com a Secretária de Segurança Pública de Minas Gerais, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.
Veja a nota oficial do Cruzeiro:
Sobre os recentes desdobramentos a respeito da situação da presença das torcidas na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, o Cruzeiro vem a público externar sua profunda insatisfação com a indicação para que o jogo aconteça de portões fechados.
O clube entende que a decisão em questão penaliza injustamente a sua torcida e a instituição, em termos desportivos, pois o compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores, e financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores.
Há dias, o Cruzeiro busca uma solução para o caso e mantém conversas ativas com o Governo do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público, a Polícia Militar, a Confederação Brasileira de Futebol e com a Federação Mineira de Futebol.
O clube confia nos órgãos de segurança pública do Estado para garantir que o evento ocorra com a devida seguridade. Contudo, diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição contrária a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro concebe que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida.
O clube reforça que o fechamento dos portões, com a ausência da Nação Azul, configura uma penalização indevida, referente a um episódio que não foi motivado por torcedores do Cruzeiro, além de representar um prejuízo para o esporte em sua essência. O clube acompanha ativamente o desenvolvimento desta situação e almeja um desfecho assertivo para o caso.
Veja a nota oficial do Palmeiras:
“A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que recebeu, neste domingo (1), ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinando que o jogo de quarta-feira (4) contra o Cruzeiro, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, seja disputado com portões fechados no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
O Palmeiras acatará a decisão da entidade, tomada em favor da isonomia após o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) recomendar a realização da partida com torcida única do Cruzeiro, mas lamenta que as autoridades de segurança pública do referido estado não tenham apresentado um plano que pudesse garantir a presença de palmeirenses e cruzeirenses no estádio.
É inaceitável que um conflito entre organizadas ocorrido em uma rodovia (em um dia no qual nem Palmeiras nem Cruzeiro entraram em campo) acabe por penalizar ambos os clubes, bem como todos os torcedores que pretendiam comparecer ao Mineirão para incentivar suas equipes em um jogo de caráter decisivo.
Não será com medidas paliativas que vamos coibir condutas criminosas; para tanto, além da aplicação de punições severas contra os infratores, faz-se necessário, também, um esforço maior do poder público”.
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