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Diplomatas brasileiros pressionaram autoridades da Espanha para punir racismo contra Vini Jr.

Documentos mostram que as autoridades brasileiras cobraram soluções para os políticos espanhóis e ofereceram ajuda

          A condenação histórica e inédita de três torcedores por racismo contra Vini Jr. teve uma grande parcela de participação (e cobrança) das autoridades brasileiras aos espanhóis, com sugestões para mudança de lei e reuniões com os dirigentes mais influentes do país em busca de uma punição aos criminosos.

          O embaixador brasileiro na Espanha, Orlando Leite Ribeiro, correu atrás de reuniões com os dirigentes esportivos de maior destaque na Espanha logo após o episódio fatídico de 21 de maio do ano passado, onde Vini Jr. foi alvo de ataques racistas por parte de torcedores do Valencia. 

          Houve reuniões com Luis Rubiales, na época presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Javier Tebas, presidente da LaLiga (liga espanhola) e Florentino Perez, presidente do Real Madrid. O motivo seria buscar entender a relação de poder para “cobrar responsabilização nos casos contra Vini Jr”.

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          Vini Jr. Foto: Reprodução
          Vini Jr. Foto: Reprodução
          O episódio de racismo contra Vini foi um de vários que aconteceram na Espanha. Foto: Reprodução
          O episódio de racismo contra Vini foi um de vários que aconteceram na Espanha. Foto: Reprodução
          Vini Jr. se tornou referência em luta social. Foto: Reprodução
          Vini Jr. se tornou referência em luta social. Foto: Reprodução
          Vini Jr. também virou embaixador da Unesco. Foto: Reprodução
          Vini Jr. também virou embaixador da Unesco. Foto: Reprodução
          Vini ganhou o prêmio Dr. Sócrates por sua luta social e combate ao racismo. Foto: Reprodução
          Vini ganhou o prêmio Dr. Sócrates por sua luta social e combate ao racismo. Foto: Reprodução

          Expectativas baixas

          Em um telegrama do diplomata ao Ministério das Relações Exteriores, a preocupação ficou evidente com a pouca importância dada ao caso pelas autoridades espanholas. Orlando chegou a relatar no documento que os dirigentes “não parecem assumir com clareza nenhuma responsabilidade pelo ocorrido”.

          “Cumpre reconhecer que meus três interlocutores concordam que os episódios não deveriam ter lugar em nenhum contexto […] No entanto, também é verdade que nem La Liga, nem a Federação e nem o Real Madrid parecem assumir com clareza nenhuma responsabilidade pelo ocorrido. A maior exposição mediática do problema do racismo no futebol espanhol tem evidenciado, pelo contrário, desentendimento, acusações e disputa de poder”, diz um trecho do telegrama, enviado no dia 31 de maio de 2023.

          O embaixador relatou uma confusão entre relatos dos dirigentes, com o presidente da LaLiga entrando em polêmicas, precisando se desculpar por acusar Vini Jr. de “injuriar” a liga espanhola.

          Luis Rubiales – dirigente afastado por assédio a uma jogadora espanhola – direcionava suas acusações a Federação Espanhola, já o presidente do Real Madrid manteve suas críticas aos dois dirigentes, mas por muito tempo a troca de farpas foi o único “avanço” no episódio.

          “Para [Florentino] Pérez, a raiz do problema seria bastante simples: os culpados seriam os árbitros e a RFEF. Os primeiros por serem corruptos, a segunda, por inércia e condescendência. Também criticou o presidente da LaLiga [Javier Tebas], que se aproveitaria da crise para buscar obter mais poder sancionador. Além disso, Florentino Pérez afirmou que Vini Jr é chamado de ‘mono’ [macaco, na tradução para o português] porque é o melhor jogador da atualidade, além de ser o que mais recebe faltas na primeira divisão espanhola.

          Infelizmente, em função do terremoto político atual e da aproximação do final do campeonato, o virtual desaparecimento do assunto na mídia espanhola não parece indicar solução célere da questão”, diz outro trecho do documento.

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          Telegrama sobre a situação de racismo contra Vini Jr. Foto: Reprodução
          Telegrama sobre a situação de racismo contra Vini Jr. Foto: Reprodução
          Telegrama sobre a situação de racismo contra Vini Jr. Foto: Reprodução
          Telegrama sobre a situação de racismo contra Vini Jr. Foto: Reprodução

          Pressão e condenação

          As notícias sobre racismo contra Vini Jr. não esfriaram, pois novos episódios passaram a acontecer. A Justiça espanhola demorou um ano para condenar três torcedores a oito meses de prisão – eles poderão cumprir a pena em liberdade, desde que não cometam novos crimes nos próximos três anos.

          Foi feita uma carta de desculpas direcionada a Vini Jr., Real Madrid e “todos os que tiverem se sentido ofendidos” com os ataques racistas. Para chegar a essa decisão, o embaixador brasileiro e seus auxiliares se encontraram com ministros, a presidente da Câmara de Deputados, congressistas de oposição, o Procurador Geral da Espanha e diversas outras autoridades. 

          Entre os assuntos abordados, houve debates sobre mudanças na lei espanhola para tipificar o racismo como crime, com o governo brasileiro oferecendo ajuda baseado nas experiências que deram certo no Brasil.