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Fora da temporada por lesão, Gabriel Jesus é mais um jogador a romper ligamentos do joelho

O atacante do Arsenal sofreu a mesma lesão que Neymar, Pedro e outros jogadores; rompimento do LCA se tornou comum nos últimos tempos

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          O Arsenal (ING) anunciou recentemente que Gabriel Jesus rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo e está fora da temporada. A lesão é a mesma que outros grandes nomes do futebol sofreram recentemente e se tornou cada vez mais comum por conta do aumento das exigências físicas ao esportista de alto nível.

           

          O rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA) exige cirurgia e o tempo de recuperação pode ultrapassar um ano, como foi o caso de Neymar, que sofreu a lesão no joelho esquerdo, assim como Gabriel Jesus, e ficou 369 dias fora dos campos. Pedro, atacante do Flamengo, está atualmente em tratamento, assim como Carvajal, do Real Madrid.

          Veja as fotos

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          Neymar rompeu os ligamentos do joelho durante a partida contra o Uruguai, em outubro de 2024Reprodução
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          Carvajal, capitão do Real Madrid, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direitoReprodução
          Rafael Ribeiro/CBF
          Pedro, atacante do Flamengo, lesionou o LCA em treino da seleção brasileiraRafael Ribeiro/CBF
          Reprodução
          Gabriel Jesus no ArsenalReprodução

           

          Exigência física e os agravantes para lesões

           

          Nos últimos anos, o futebol de alto rendimento se tornou cada vez mais intenso, exigindo maior condição física dos atletas e isso tem sido um dos fatores principais para o aumento de lesões

           

          Nos anos 1990, por exemplo, uma partida de futebol tinha um tempo de bola rolando inferior ao atual, com mais paralisações. Além disso, o futebol “do passado” possibilitava mais espaços no campo, dependendo mais do individualismo dos jogadores, consequentemente os atletas corriam menos. Hoje, a coletividade é maior e a exigência tática é determinante para o sucesso, o que aumenta a necessidade de capacitação física.

           

          “O esporte de alto rendimento tem exigido cada vez mais performance física e técnica dos jogadores. Nos dias de hoje, um atleta de futebol corre em torno de 13 km numa partida de futebol e em alta velocidade e intensidade. Isso leva a um desgaste extremo e os atletas competem no limite da capacidade física, onde pouco se sabe quando seus limites biológicos estão sendo ultrapassados, levando ao risco aumentado de lesões diversas”, explicou o Dr. Marco Antonio de Araújo, sócio fundador da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE). 

           

          Ligamento cruzado anterior, o terror dos esportistas

           

          Com o aumento da exigência física no futebol, as lesões no joelho passaram a ser o grande terror dos atletas. Responsável pela sustentação das pernas – ferramenta principal de trabalho dos jogadores -, o joelho é determinante para o alto rendimento e também o grande nêmesis dos atletas.

           

          “No futebol, os movimentos em alta velocidade e intensidade de aceleração, desaceleração, mudanças bruscas de direção e rotação, levam principalmente os joelhos, a um nível elevado de estresse. Em razão disso, outros fatores como controle da fadiga, alimentação adequada, qualidade do sono, recuperação pós treinos e competição, monitorização e correção dos desequilíbrios musculares e biomecânicos durante a temporada, podem acabar sendo decisivos para uma lesão ocorrer uma lesão ou não”, explicou o Dr. Marco Antonio.

           

          As lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das mais graves no futebol. A necessidade de cirurgia e o tempo de recuperação alto apavora qualquer atleta.

           

          “Em razão das técnicas cirúrgicas adotadas e o tempo que o enxerto que substituirá o ligamento lesionado levará para ser incorporado e regenerado, estando pronto para sofrer toda sobrecarga que o futebol exige, o tempo de reabilitação é de aproximadamente 1 ano. Isso leva a muitas incertezas sobre o futuro da carreira do atleta, influenciando questões emocionais, financeiras e familiares. Fora isso, uma parte dos atletas pode nunca mais ter uma percepção de que sua capacidade física e técnica retornou à normalidade pré-lesão, o que pode antecipar a aposentadoria do jogador quando essa lesão acontece após os 30 anos”, disse o doutor.

           

          “O tratamento cirúrgico consiste na substituição do ligamento rompido por um enxerto que será retirado de parte de tendões retirados dos músculos do próprio joelho, atualmente os flexores são os mais utilizados. Em seguida começa a fisioterapia, com o objetivo de controlar toda resposta inflamatória e dor causada pela cirurgia, preservando o máximo das capacidades físicas como mobilidade, trofismo muscular e força, sempre respeitando o processo de incorporação, fixação e maturação do enxerto, para garantir a estabilidade do joelho nas fases em que os movimentos e atividades serão intensificadas. Estes processo pode durar entre 6-8 meses e após isso, os movimentos e treinamentos relacionados ao futebol podem ser intensificados progressivamente, corrigindo todo déficit que não foi sanado durante a recuperação, até que o atleta possa ser liberado para os treinamentos físicos e técnicos”, acrescentou.

           

          “O fato do processo de recuperação ser lento e gradual, podendo durar 1 ano ou mais,  traz uma perda grande de performance, capacidade e valências físicas, como a força, velocidade, potência e resistência. Uma parcela de até 25% dos atletas operados apresentam uma percepção de que nunca mais retornaram aos níveis pré-lesão após retornarem de uma cirurgia de reconstrução do LCA. Isso pode ser atribuído a vários fatores, entre eles a idade, lesões prévias, recuperação insuficiente e incompleta e até mesmo questões emocionais que podem tirar a confiança do atleta no joelho operado”, completou.

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