Justiça solta 10 dos 21 torcedores do Peñarol ainda presos por confusão no Rio
Apesar de deixar a cadeia, os uruguaios não poderão deixar o Brasil
A confusão generalizada protagonizada por torcedores do Peñarol no Rio de Janeiro, teve novo desenrolar nesta terça-feira (5/11), com 10 dos 21 uruguaios que seguem detidos em solo nacional, sendo soltos pela Justiça do Rio. Apesar disso, nenhum deles poderá deixar o Brasil.
Segundo o juiz Marcello Rubioli, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, houve uma série de fatores que o levaram a tomar a decisão, entre elas a demora do Ministério Público (MP-RJ) apresentar denúncia contra os acusados, excedendo o prazo da prisão preventiva.
Os outros 11 torcedores seguem presos em Bangu 8, no Complexo de Gericinó, até que a Justiça analise os procedimentos que eles respondem. O Consulado do Uruguai está dando apoio aos prisioneiros e delegou advogados para auxiliá-los, conforme divulgado pela coluna Guilherme Amado.
Além dos presos no Brasil, outros 330 uruguaios foram fichados pelo artigo 201 da Lei Geral do Esporte e foram liberados. O caso deles será analisado pelo Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos.
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A decisão
Com a falta de denúncia oficial por parte do MP-RJ, o juiz interpretou que a manutenção da prisão dos acusados não era justificável, porém ele apontou haver indícios da participação deles em “tumulto e violência”, impondo assim medidas cautelares alternativas, sendo elas:
- comparecimento bimestral ao Juizado do Torcedor para justificar suas atividades;
- proibição de frequentar eventos esportivos; e
- proibição de deixar o país até o julgamento.
Torcedores soltos:
- Michael Nicolas
- Federico Gonzales
- Santiago Facundo Sacremento Rodriguez
- José Telechea
- Santiago Zapata
- Carlos Ramiro Tamborindeguy Lara
- Felipe Pedrini
- Lautaro Machado Raimondi
- Luis Antonio Cursio
- Jorge Lúcio da Silva Lima
- Frederico Gonzales
Caos generalizado no Recreio
Na manhã de quarta-feira (23/10), torcedores do Peñarol que foram ao Brasil para acompanhar a partida de seu clube contra o Botafogo, pela semifinal da Libertadores, entraram em confronto com a Polícia Militar, na Praia do Recreio, na altura do Posto 12, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em vídeos, é possível ver torcedores arremessando pedras em direção à Polícia Militar (PM), que respondeu com bombas de efeito moral. Ainda nas imagens, diversos uruguaios aparecem carregando barras de ferro e pedaços de madeira, muitos com os rostos cobertos.
Segundo relato de testemunhas, os banhistas tiveram que sair correndo da praia assim que começou a confusão, com diversos objetos sendo arremessados em direção à PM.
Além de atirar objetos, os uruguaios saquearam quiosques e incendiaram veículos que estavam no estacionamento próximo a praia.
Incialmente, foi informado que 250 pessoas foram levadas pela polícia, e ao total 330 uruguaios foram fichados, sendo que 22 que permaneceram detidos, incluindo um adolescente apreendido. Os envolvidos foram encaminhados para fora do Rio de Janeiro e não puderam assistir a partida.
Entre os crimes que os uruguaios respondem, estão porte ilegal de arma de fogo, furto, lesão corporal, roubo com concurso de agentes, dano qualificado, incêndio, associação criminosa, resistência, desobediência, desacato, rixa, injúria racial, corrupção de menores e crimes contra a paz no Esporte, de acordo com o artigo 201 da Lei Geral do Esporte.
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