Onda de violência no futebol preocupa o “mundo da bola”, que exige medidas mais efetivas
Diretores, jogadores e outros nomes influentes cobram por mudanças, após episódios violentos se repetirem
O atentado contra o ônibus da delegação em que estava jogadores e funcionários do Fortaleza deixou sequelas e traumas, tanto na saúde física, como mental de todos os envolvidos no episódio e reacendeu um debate importante, além de bem delicado e polêmico: O que fazer para se diminuir a onda de violência no futebol? Pergunta difícil.
Desde as bombas e pedras lançadas por torcedores do Sport, houveram punições coletivas à Torcida Jovem, principal organizada do rubro-negro pernambucano, além de punições destinadas ao próprio clube e, segundo a polícia local, um suspeito se apresentou e confessou o crime, não ficou preso por não haver flagrante, além de ter informado que foi identificado outros suspeitos.
Traumas da violência
As feridas deixadas nos jogadores do Tricolor do Pici vão desde os estilhaços de vidros dos quais o zagueiro Titi terá que passar por cirurgia para tirar, até o trauma cranioencefálico e os vários pontos no rosto de Gonzalo Escobar.
Thiago Galhardo, que gravou um vídeo logo após o ataque criminoso, relatando o caos, postou em suas redes sociais poucos dias depois o seu afastamento para cuidar da saúde mental.
As feridas físicas do jogador, inclusive, foram de menor proporção comparado a situações piores no elenco, mas um momento tão traumático deixa sequelas bem maiores que não são vistas e nem explicadas.
A impunidade traz o caos!
Aliás, como explicar tanta violência em uma partida de futebol, simplesmente por divergências meramente de camisas, cores e escudos, para uma criança de colo, como o lateral Dudu teve de fazer na chegada do aeroporto, ao ser questionado pela filha: “Papai, você se machucou no trabalho?” O aceno com a cabeça foi a única resposta.
Há dois anos, atletas e funcionários do Bahia passaram pela mesma situação de caos, quando torcedores do próprio clube dispararam pedras, bombas e rojões em direção ao ônibus da delegação, sendo o goleiro Danilo Fernandes, goleiro do clube até hoje, um dos feridos mais graves, levando diversos pontos, passando meses tendo de retirar estilhaços de várias partes do corpo e quase perdendo a visão, o que lhe afastaria de sua profissão para sempre.
Os suspeitos identificados, até hoje seguem desfrutando da impunidade, sem prisões e muito menos data para julgamento dos denunciados. Esse tipo de episódio instiga outros atos criminosos, como o próprio Titi relatou em entrevista emocionada ao SporTV:
“O Fortaleza foi vítima daquilo que o futebol vem se desenhando há muito tempo. Há dois anos atrás eu gravei um vídeo sobre o caso que aconteceu ao nosso goleiro Danilo, do Bahia e até hoje ninguém foi punido, ninguém foi preso e o que me deixa mais triste é isso, ver a impunidade (…) A minha vida e a dos meus companheiros estavam em risco”, disse, extremamente emocionado e com a voz embargada.
Punição ao CPF
Em 2023, a jovem Gabriela Anelli veio a falecer após ser atingida por uma garrafa antes da partida entre Palmeiras e Flamengo, no dia 8 de julho. O suspeito foi preso no dia 23 de julho e está na cadeia desde então, esperando a ir júri popular, conforme já foi confirmado por decisão da Justiça.
A punição a pessoa física é uma ação minoritária em casos de brigas no futebol, mas é o que a maioria dos dirigentes e nomes influentes do futebol defendem, como o ex-presidente do Flamengo, e agora deputado federal Eduardo Bandeira de Mello, que declarou:
“O que precisa ser feito, não sei nem se é a legislação ou simplesmente a aplicação da legislação. Tem que ficar claro que quem deve ser punido é a pessoa física. CNPJ não faz desordem, quem faz desordem é CPF. Tem que punir a pessoa física, e punir com rigor. Não adianta ter um caso como esse que aconteceu agora com o ônibus do Fortaleza e vai punir quem? Interditar o estádio? O problema não foi no estádio. Vai punir o Sport? Vai interditar a estrada? Não. Tem que punir as pessoas que cometeram o crime e com rigor, essas pessoas não podem mais frequentar um estádio”, disse.
O presidente do Sport, Yuri Romão, após o atentado cometido por parte de torcedores do clube ao qual comanda, decidiu correr atrás de conversas por medidas mais efetivas contra a impunidade. Nesta sexta-feira (1/3), o dirigente foi ao Rio de Janeiro conversar com Ednaldo Rodrigues e está marcado uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para se debater soluções.
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