Vini Jr e jogadores do Real Madrid fazem acordo e devem deixar o campo em caso de racismo
O brasileiro teve uma conversa com o elenco e foi estabelecido uma espécie de “protocolo” se os insultos racistas voltarem a acontecer
O brasileiro Vinícius Júnior afirmou que vai tomar medidas drásticas se voltar a ser vítima de racismo no futebol espanhol. O brasileiro teve uma conversa com o elenco do Real Madrid e eles decidiram que pretendem se retirar de campo, em novos casos.
“No clube falamos muito sobre isso. Não só eu, mas todos os jogadores disseram que se isso acontecer, da próxima vez teremos que sair de campo para que todas as pessoas que nos insultaram tenham que pagar uma pena muito maior”, disse o jogador, em entrevista à CNN.
“Falar sobre racismo é sempre muito difícil porque muita coisa aconteceu comigo na temporada passada aqui em Madri, e não chega nem perto do que as pessoas normais sofrem nas ruas. Sempre penso nisso”, completou Vinícius Júnior.
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Vini Jr e o racismo na Espanha
O atacante brasileiro do Real Madrid já passou por vários episódios de racismo no futebol espanhol, tendo de buscar a Justiça local em busca de punições.
Em junho, foi anunciado pela primeira vez uma ação punitiva de efeito e inédita na Espanha, com três torcedores do Valencia sendo condenados a oito meses de prisão pelos insultos racistas contra o jogador no mais famoso dos episódios que Vini sofreu, no estádio Mestalla, em maio de 2023.
O embaixador brasileiro na Espanha, Orlando Leite Ribeiro, correu atrás de reuniões com os dirigentes esportivos de maior destaque na Espanha logo após o episódio fatídico de 21 de maio do ano passado e pressionou para que atitudes fossem tomadas.
Houve reuniões com Luis Rubiales, na época presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Javier Tebas, presidente da LaLiga (liga espanhola) e Florentino Perez, presidente do Real Madrid. O motivo seria buscar entender a relação de poder para “cobrar responsabilização nos casos contra Vini Jr”.
Entre os assuntos abordados, houve debates sobre mudanças na lei espanhola para tipificar o racismo como crime, com o governo brasileiro oferecendo ajuda baseado nas experiências que deram certo no Brasil.
“No caso do que aconteceu em Valência, depois do jogo, todos disseram que a coisa certa a se fazer é sair de campo. Porém, porque você está lá defendendo um time, sabemos que nem todos no estádio são racistas e estavam lá apenas para ver o jogo. É sempre muito difícil abandonar uma partida, mas com tudo que está acontecendo e que cada vez está pior, precisamos sair de campo para que as coisas mudem o mais rápido possível”, disse o atleta sobre o caso.
Atualmente, Vini Jr. se tornou referência na luta contra o racismo no futebol e vem realizando também trabalhos sociais de destaque com o Instituto Vinícius Júnior, o que o credenciou como embaixador na Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) – Pelé foi o único brasileiro além dele a ser escolhido pela instituição.
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