Carnavalesca Maria Augusta morre aos 83 anos; ela lutava contra um câncer
Jurada do prêmio "Estandarte de Ouro" e autora de grandes enredos, ela deu os primeiros passos no Carnaval ao lado de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues

Jurada do prêmio “Estandarte de Ouro” e autora de enredos como “O Amanhã” e “Domingo”, Maria Augusta Rodrigues morreu nesta sexta-feira (11/7), aos 83 anos, de falência múltipla dos órgãos. A carnavalesca estava internada no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, desde junho. Ela deu os primeiros passos no Carnaval carioca ao lado de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues.
Amigo e companheiro de Maria Augusta no júri do “Estandarte”, Bruno Chateaubriand contou, por meio das redes sociais, que ela descobriu um câncer na bexiga no início do ano. Ainda de acordo com o jornalista, a carnavalesca, professora e comentarista foi operada após o Carnaval e iniciou o tratamento com imunoterapia, que provocou efeitos colaterais. Porém, ela participou ativamente da folia deste ano, inclusive como julgadora do “Estandarte de Ouro”.
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“Ainda não consegui imaginar como serão meus dias de escola de samba, de desfiles na Sapucaí, sem Maria Augusta. Perdê-la é como perder um pedaço da história de todas as escolas de samba do Rio de Janeiro. (…) Ela era firme na defesa das tradições e do bom gosto. Hoje é um dia triste para mim”, lamentou Chateaubriand.
“Mas, como sabemos que este é apenas um plano (entre tantos outros) tenho certeza de que, do outro lado, ela estará próxima ao setor das escolas de samba, estará ao lado de todos os artistas. Que sua passagem seja leve e tranquila. Te amo, minha eterna e amada Augusta”, completou o jornalista.
Legado de Maria Augusta
Aluna da Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ, Maria Augusta Rodrigues ajudava seu professor, o carnavalesco Fernando Pamplona, a decorar o Copacabana Palace para o seu baile de carnaval. Ao fim da festa no tradicional hotel de Copacabana, coube ao também carnavalesco Arlindo Rodrigues, que trabalhava com Pamplona, fazer o convite que revolucionou a vida de Maria Augusta, à época com 27 anos.
Em 1968, Maria Augusta passou a integrar o grupo que preparava os desfiles do Salgueiro sob a supervisão de Pamplona, destacando-se no icônico desfile de 1971 com o enredo “Festa para um Rei Negro”. Na escola, foram três enredos campeões: “Bahia de Todos os Deuses” (1969), “Festa para um Rei Negro” (1971) e “O Rei de França na Ilha de Assombração” (1974). O último foi conquistado ao lado de Joãosinho Trinta, com quem assinou o enredo.
A jornalista Flávia Oliveira lembrou, no capítulo sobre “A artista da cor” do livro “Pra tudo se acabar na quarta-feira”, sobre os grandes criadores do carnaval, lançado este ano, que Maria Augusta “é uma das poucas mulheres com nome gravado no panteão dos grandes criadores do carnaval, ambiente dominado por homens, com doses de misoginia”.
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