Saiba quem são os presos que planejavam golpe com assassinato de Lula, Alckmin e Moraes
Entre os detidos estão quatro militares das Forças Especiais do Exército e um policial federal, todos com formação técnica e experiência avançada em operações militares
A Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas durante a operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19/11), para investigar uma suposta trama de golpe de Estado e o planejamento do assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Geraldo Alckmin, seu vice, após as eleições de 2022. Entre os detidos estão quatro militares das Forças Especiais do Exército e um policial federal, todos com formação técnica e experiência avançada em operações militares.
Quem são os militares presos?
Os principais alvos da operação são figuras ligadas às Forças Armadas e com atuação em funções estratégicas, entre os presos estão:
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General de brigada (reserva) Mário Fernandes de Lacerda: ex-ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência e ex-assessor do deputado Eduardo Pazuello. Mário Fernandes participou de reuniões no Palácio do Planalto, ao lado de Jair Bolsonaro e outros membros do alto escalão, para debater ações golpistas. Na época, criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e defendeu medidas mais “enérgicas” contra as urnas eletrônicas antes do pleito de outubro de 2022.
Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima: Comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, destituído do cargo em fevereiro deste ano.
Major Rafael Martins de Oliveira: Também integrante das Forças Especiais, negociou o pagamento de R$ 100 mil com o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para financiar a ida de manifestantes a Brasília durante o período crítico de contestação do resultado eleitoral.
Major Rodrigo Bezerra de Azevedo: Outro oficial das Forças Especiais preso na operação.
Policial federal Wladimir Matos Soares: Único não-militar do grupo, foi detido em Brasília.
Dois dos militares presos estavam trabalhando na segurança de autoridades durante a cúpula do G20, em 2023, o que reforça a gravidade do caso.
Detalhes da operação e as acusações
A investigação revelou a existência de um plano detalhado, chamado de “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía ações para assassinar Lula e Alckmin no dia 15 de dezembro de 2022, data marcada para a diplomação dos eleitos. O plano incluía: Uso de técnicas militares avançadas para o ataque; Planejamento logístico com recursos humanos e bélicos específicos; Instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, formado pelos conspiradores, para controlar os conflitos políticos e institucionais que surgiriam após o golpe.
As mensagens trocadas entre Mauro Cid e outros militares, como o general Freire Gomes, apontam para articulações com Jair Bolsonaro, que estaria sofrendo pressão de parlamentares para avançar com um golpe. Há ainda mensagens sobre o monitoramento das rotas e entradas do TSE, indicando espionagem detalhada antes da diplomação de Lula.
Participação de Mário Fernandes na reunião golpista
Mário Fernandes esteve presente em uma reunião no Palácio do Planalto, em julho de 2022, na qual Bolsonaro e ministros debateram estratégias para um golpe, caso o então presidente perdesse as eleições. Durante o encontro, Mário Fernandes defendeu medidas drásticas contra o TSE e sugeriu um prazo para resposta antes de uma intervenção mais dura.
A operação Contragolpe, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, segue investigando o papel de cada envolvido, enquanto os cinco presos estão sob custódia aguardando novos desdobramentos.
Crimes investigados
Os suspeitos estão sendo investigados pelos crimes de: Abolição violenta do Estado Democrático de Direito; Golpe de Estado e Organização criminosa.
Além dos cinco mandados de prisão, os agentes federais cumprem três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
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