Aliados de Bolsonaro na Câmara desistem da anistia e focam no fim do foro privilegiado
Em reunião de líderes, com Hugo Motta, nesta terça-feira (12/8), o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, disse que, o encontro serviu para “aparar arestas” após obstrução da Câmara

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o projeto da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 não será colocado em votação no plenário da Casa, por enquanto. O bolsonarista afirmou, ainda, que o objetivo da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Câmara, mudou, e agora o foco da bancada será aprovar o projeto que acaba com o foro privilegiado.
“Depois da semana passada, a gente tem que aparar arestas, alinhar as coisas. Está tudo superado. O foco da reunião era a gente se acalmar depois do que aconteceu. Não vamos pautar a anistia agora. O acordo foi pautar o fim do foro, aprovar nas duas Casas e, depois, pautar a anistia. Assim, a gente tira a corda do pescoço dos parlamentares”, disse Sóstenes, na saída da reunião de líderes com o presidente Hugo Motta, nesta terça-feira (12/8).
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Durante os atos de obstrução dos trabalhos da Câmara dos Deputados, na semana anterior, os parlamentares do Partido Liberal exigiram que o PL da Anistia – 2858/2022 – fosse colocado em votação no plenário da Casa. Entretanto, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) resistiu e afirmou que todos os projetos que seriam colocados em votação deveriam ser acordados no Colégio de Líderes.
“A pauta sempre será definida com base no diálogo e no respeito institucional. O parlamento deve ser a ponte para o entendimento”, disse.
O problema para o PL é que, diante de 14 representações na Corregedoria contra os deputados que participaram dos atos de obstrução da Câmara, conseguir apoio para colocar o projeto da anistia em votação seria uma missão muito difícil, neste momento.
A mudança de estratégia foi impulsionada pelo sentimento de que a votação do foro privilegiado, PEC 333/2017, tem mais força neste momento, principalmente no Senado, onde o assunto ganha mais espaço entre os parlamentares. No entanto, o trabalho será difícil. A oposição, por sua vez, já se coloca contra a votação da proposta, que acaba com o tratamento especial de autoridades dos poderes da República, como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em processos criminais na Justiça.
“Retroceder a ponto de que para abrir qualquer inquérito criminal, ter que ter autorização do Parlamento. Gente, deputado tem importância, mas não é Deus não, são cidadãos como os outros. Eu não acho que passa”, disse o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), na Câmara, Lindbergh Farias (SP).
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