Após decisão de Moraes, Bolsonaro diz não saber o que pode falar: “Não está claro”
Ex-presidente mantém cautela após decisão de Alexandre de Moraes que estabelece medidas restritivas, mas descarta prisão preventiva
Na tarde desta quinta-feira (24/7), Jair Bolsonaro afirmou que ainda não está certo sobre os limites de suas declarações públicas. A dúvida do ex-presidente surge diante das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição de acesso direto ou indireto às redes sociais.
“Não está claro o que posso ou não falar, no tocante a recortes, inclusive. Então aguardo, os meus advogados são muito bons e vão me dar um parecer amanhã. Terei o maior prazer de falar com vocês. Foi a minha defesa que falou isso para mim, estão estudando e analisando. Não posso cometer erros. Quero conversar com vocês, mas o que virá depois, não sabemos”, disse Bolsonaro aos jornalistas.
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Apesar de reconhecer um descumprimento pontual das restrições, quando declarações suas foram divulgadas por terceiros na internet, Moraes optou por não converter as cautelares em prisão preventiva. O ministro, porém, alertou que qualquer nova infração resultará em detenção imediata.
Moraes também frisou que Bolsonaro não está impedido de conceder entrevistas ou fazer discursos, desde que não use esses momentos para incentivar ações ilícitas, mobilizar “milícias digitais” ou tentar contornar a proibição de redes sociais por meio de apoiadores.
A defesa do ex-presidente argumenta que não houve intenção de burlar as ordens judiciais, alegando que a republicação de suas falas em perfis de terceiros foge ao seu controle direto. O STF, porém, entende que as postagens coordenadas por aliados, incluindo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP), reforçam a tentativa de influenciar autoridades estrangeiras contra decisões brasileiras.
Bolsonaro segue réu em investigações sobre tentativa de golpe de Estado, conduzidas pelo Supremo, e é acusado de usar discursos e redes para mobilizar seguidores e interferir em processos políticos e judiciais.
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