Com meta sob pressão, Lula comemora arrecadação extra do petróleo
Com arrecadação acima do previsto, União embolsa R$ 28 bilhões e ganha fôlego em meio a cortes no orçamento e impasse sobre o IOF

Em meio ao agravamento da crise fiscal e a uma disputa com o Congresso, o governo federal encontrou um alívio temporário no setor de energia. Nesta quinta-feira (26/6), o leilão de petróleo realizado na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, superou as expectativas e garantiu à União um reforço de R$ 28 bilhões, R$ 5 bilhões acima da previsão oficial.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificou o resultado como positivo para o cumprimento da meta fiscal. “Esses R$ 5 bilhões adicionais chegam em um momento importante e vão ajudar o governo a cumprir seus compromissos fiscais”, afirmou o titular da pasta, ressaltando que os recursos serão incorporados à arrecadação federal de 2025 e 2026.
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A negociação foi conduzida pela Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), estatal responsável por administrar os contratos de partilha da produção. Foram ofertados 74,5 milhões de barris de petróleo pertencentes ao governo, extraídos dos campos de Mero, Búzios, Itapu e Sépia, todos localizados na Bacia de Santos.
Sete lotes foram disputados por grandes companhias do setor, entre elas Petrobras, ExxonMobil, TotalEnergies, Equinor, Galp, PetroChina, CNOOC e Refinaria de Mataripe. A Petrobras arrematou três dos sete lotes, mantendo presença significativa nas reservas do pré-sal.
A receita extra surge em um momento de pressão sobre a equipe econômica, que tenta equilibrar receitas e despesas diante do compromisso com o objetivo de déficit zero em 2025. Essa meta admite uma margem de tolerância de até R$ 31 bilhões negativos, conforme o novo esquema fiscal.
Nesta semana, o governo sofreu um revés no Congresso, com a derrubada do decreto que previa aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que compromete parte da arrecadação prevista. Com isso, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda judicializar a questão no Supremo Tribunal Federal (STF) ou aprofundar os cortes no orçamento.
Projeções para os próximos anos
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 projeta um caminho gradual rumo ao superávit. As estimativas indicam saldo positivo de R$ 33,1 bilhões em 2026 (0,25% do PIB), R$ 70,7 bilhões em 2027 (0,5%) e R$ 150,7 bilhões em 2028 (1%).
No lado das despesas, já foram anunciados bloqueios e contingenciamentos que somam R$ 31,3 bilhões. A maior parte desse ajuste, R$ 20,7 bilhões, está relacionada a contenções temporárias, enquanto R$ 10,6 bilhões foram efetivamente bloqueados.
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