Em meio à derrubada do decreto do IOF, governo federal libera mais de R$ 1,7 bilhão em emendas
A tentativa é de conter crise e evitar derrota em votação sobre o IOF

No mesmo dia em que a Câmara dos Deputados colocou em pauta o projeto para suspender o decreto do governo que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Palácio do Planalto acelerou a liberação de recursos e destinou R$1,7 bilhão para emendas parlamentares. O movimento foi interpretado como uma última cartada do Executivo para tentar conter a insatisfação de deputados e evitar mais um revés político.
O aumento expressivo no volume de recursos, que saltou de R$ 897 milhões na terça para R$ 1,7 bilhão na quarta-feira (25/6), foi confirmado pelo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop). A maior parte das verbas, R$ 1,725 bilhão, é composta por emendas individuais; enquanto R$ 4,2 milhões são de bancadas estaduais. Mas, até agora, apenas R$ 409 milhões foram efetivamente pagos.
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A liberação emergencial dos valores acontece em meio ao agravamento da relação entre Executivo e Legislativo. A iniciativa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), de pautar com urgência a votação para anular o decreto do IOF surpreendeu o Planalto, que contava com mais tempo para negociar com os parlamentares. A mudança repentina de agenda teria frustrado os planos da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que esperava discutir o tema apenas após o recesso das festas juninas.
Ainda assim, líderes partidários da base já indicaram que a liberação das emendas não será suficiente para evitar a derrota no plenário. Partidos como MDB e PSD, que ocupam ministérios no governo, avisaram que apoiarão a derrubada do decreto. A urgência do projeto foi aprovada por ampla maioria, 346 votos a 97, o que reforça a tendência de derrota do governo.
Durante evento no Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira (25/6), o presidente Lula saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e criticou pressões políticas dentro do governo. Segundo ele, decisões estratégicas não devem ser tomadas por impulso ou interesses individuais.
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