Lula defende Haddad e diz que novo plano para substituir alta do IOF está em debate
Medida inicial gerou reação negativa no mercado e no Congresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (3/6), em entrevista no Palácio do Planalto, que o governo ainda avalia opções para compensar a proposta suspensa de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele reiterou que não considera um erro a iniciativa da Fazenda e saiu em defesa do ministro Fernando Haddad, responsável pela medida que acabou sendo parcialmente revista após críticas.
Lula explicou que a decisão de anunciar o reajuste no IOF foi motivada por um desejo de oferecer uma resposta rápida à sociedade, mas que agora outras propostas estão sendo consideradas. “Eu não acho que tenha sido erro não. Eu acho que foi um momento político. Em nenhum momento, o companheiro Haddad teve qualquer problema de discutir o assunto. A apresentação do IOF foi o que eles tinham pensado naquele instante. Se aparece alguém com uma ideia melhor e ele topa discutir, vamos discutir”, disse o presidente.
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O chefe do Executivo também destacou que, apesar da forte pressão de parlamentares contrários à proposta inicial, especialmente da oposição, a articulação segue com apoio dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP). A Fazenda tem até dez dias para apresentar uma proposta substituta, segundo acordo firmado entre os líderes do Congresso e o governo.
O ministro Fernando Haddad deve apresentar ao presidente ainda nesta terça-feira um novo pacote de medidas fiscais. Ele classificou que a proposta deve garantir “estabilidade duradoura para as contas públicas”. Haddad nega que o novo pacote inclua sugestões do Ministério de Minas e Energia sobre exploração de petróleo para cobrir o rombo orçamentário.
O episódio envolvendo o IOF desencadeou uma nova tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso. Após o anúncio da alta nas alíquotas, feito em maio, houve imediata reação do mercado financeiro e de parlamentares, que ameaçaram derrubar o decreto presidencial.
A expectativa inicial da Fazenda era arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e cerca de R$ 41 bilhões em 2026 com a medida. Agora, o desafio da equipe econômica é apresentar alternativas que garantam arrecadação semelhante sem gerar o mesmo desgaste político.
Além da questão fiscal, Lula também comentou outros temas durante a coletiva. Ao tratar dos juros, afirmou que o Banco Central deve, em breve, iniciar um ciclo de cortes da Selic. “A gente já sabia que ia acontecer. Então, o que nós estamos conscientes é de que a inflação está controlada, começou a cair o preço dos alimentos e eu acho que logo, logo, o Banco Central vai tomar a atitude correta de começar a abastar os juros. Os juros estão muito altos”, afirmou ele.
Por fim, o presidente falou sobre a fraude no INSS e garantiu que os aposentados afetados serão ressarcidos. Lula defendeu que as investigações sejam feitas com responsabilidade para evitar punições indevidas. “Não queremos punir nenhuma entidade de forma precipitada, por isso a cautela que eu disse à CGU, à Polícia Federal, muita cautela para a gente não levar uma pessoa a ser crucificada e depois a gente não pede desculpa. Não tem importância que demore uma semana a mais, um mês a mais”, concluiu.
A fala vem de encontro com a investigação em torno de seu irmão, Frei Chico, que é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). O órgão é investigado pela Polícia Federal (PF), após a informação de que o faturamento da entidade aumentou em R$100 milhões entre 2019 e 2024, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).
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