Senador dos EUA pode barrar tarifa de Trump contra o Brasil se medida for formalizada
Tim Kaine sinalizou que contestará legalidade da sobretaxa se Casa Branca alegar emergência

O senador norte-americano Tim Kaine, do Partido Democrata, declarou que pretende apresentar uma resolução no Congresso contra a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump a produtos importados do Brasil. A medida, que ainda depende da assinatura de uma ordem executiva pelo presidente dos Estados Unidos, tem previsão para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º/08).
Segundo Kaine, o recurso só poderá ser protocolado após o envio formal da justificativa legal da Casa Branca ao Senado, o que ainda não ocorreu. “Assim que a Casa Branca enviar a comunicação ao Congresso sobre a justificativa legal para isso, se for uma declaração de emergência, vou contestá-la imediatamente como não sendo realmente uma emergência”, afirmou o senador nesta terça-feira (29/7), em Washington.
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A possível ofensiva de Kaine contra a taxação segue o modelo de uma resolução que ele próprio liderou contra tarifas semelhantes ao Canadá e ao México, no início deste ano. Na ocasião, o Senado aprovou a iniciativa, mas ela não avançou na Câmara dos Representantes, onde medidas contrárias a Trump geralmente encontram resistência.
A estratégia da Casa Branca tem sido utilizar declarações de emergência para justificar tarifas unilaterais, sem necessidade de aprovação do Congresso. No caso do Brasil, Trump tem alegado retaliação por uma suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, apontada como parte do argumento para elevar a alíquota de 10% para 50%.
Ainda que as chances de aprovação da nova resolução sejam limitadas, ela pode ter forte impacto político, ao pressionar senadores republicanos a se posicionarem sobre a medida e abrir espaço para negociações com o Brasil. O senador Kaine já iniciou conversas com uma comitiva de parlamentares brasileiros que está em Washington para discutir o tema. Entre eles, estão nomes como Jaques Wagner (PT/BA), Tereza Cristina (PP/MS), Marcos Pontes (PL/SP) e Carlos Viana (Podemos/MG).
O grupo também se reuniu com senadores norte-americanos de ambos os partidos, embora apenas um republicano, Thom Tillis, tenha participado das conversas. Tillis foi recentemente criticado por Trump por se opor ao projeto de reforma fiscal apelidado de “Big Beautiful Bill”.
Enquanto isso, o mercado brasileiro acompanha com atenção os desdobramentos. Exportadores temem prejuízos bilionários, principalmente nos setores de carne e frutas, enquanto o governo federal busca alternativas para diminuir os impactos e evitar uma escalada comercial.
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