Sessão da Câmara tem embate polêmico entre Gilvan da Federal e Erika Hilton
Parlamentares se atacaram durante discussão sobre audiência pública sobre saúde mental de homens trans

A sessão da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR) da Câmara dos Deputados desta última terça-feira (13/8) foi marcada por um confronto acalorado entre os deputados Gilvan da Federal (PL/ES) e Erika Hilton (PSOL/SP). O embate teve início após Hilton apresentar um requerimento para a realização de uma audiência pública com o tema “Transmasculinidades e Saúde Mental”.
A proposta motivou falas provocativas e consideradas transfóbicas pela deputada por parte do parlamentar bolsonarista, que atacou diretamente a identidade de gênero, a aparência e os hábitos pessoais da deputada. Mais tarde, a deputada também compartilhou sua visão sobre o deputado, respondendo em tom firme, chamando-o de “pervertido”.
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Durante sua intervenção, Gilvan questionou a pertinência da audiência pública proposta por Erika Hilton e minimizou a pauta ao afirmar que o foco deveria ser a saúde mental “de todas as pessoas”, incluindo policiais, professores e pedreiros. O deputado ainda ironizou o estilo de vida de Hilton, acusando-a de hipocrisia por usar “bolsa de 20 mil reais” e maquiador em seu gabinete, ao mesmo tempo em que defenderia o socialismo. “Você não manda em mim, você manda no teu maquiador. Você tem que elevar o capitalismo”, disse ele, em tom de deboche. Gilvan chegou a insinuar que Hilton estaria “apaixonada” por ele, afirmando: “O que a minha esposa tem, você não tem”.
Neste momento, a deputada começa a rebater Gilvan e o bate-boca começa. “Que nojo! Que nojo! O senhor me respeite! Se coloque no seu lugar! O senhor é homem baixo, asqueroso, nojento”, rebateu Hilton.
Além disso, o deputado afirmou que a parlamentar seria a favor da “destruição do capitalismo”, tendo falado isso em outros momentos. “O que nós não defendemos é o socialismo, essa desgraça que bota as pessoas para passar fome. Agora, os defensores do socialismo, não. Andam de sapato de 10 mil reais, o maquiador o tempo todo, faz o cabelinho”, disse ele.
Por sua vez, Erika usou seu tempo para denunciar falas consideradas ofensivas de Gilvan, relembrando episódios que levaram à sua suspensão na Casa. Ela afirmou que o parlamentar representa um “adoecimento das democracias”. “Eles não suportam ver uma mulher negra, travesti, vinda dos lugares onde eu vim, ocupando o lugar com que eu ocupo. E ocupo de cabeça erguida, não me intimido diante dos canalhas, não me afronto diante dos canalhas e seguirei comprando aquilo que sentir necessidade”, disse.
Hilton também defendeu o direito de utilizar o salário como quiser e criticou o discurso moralista do deputado, que, segundo ela, serve apenas para alimentar o ódio contra minorias. “O incômodo desta gente não é com as minhas bolsas, com os meus sapatos e com as minhas roupas, que eu continuarei trabalhando de maneira honesta para comprar […]. O ódio desta gentalha é ver em uma mulher como eu, que saiu das esquinas de prostituição, que estava com o alvo da morte colocado sobre a sua cabeça, ocupando o lugar que, como ele mesmo disse, nem as suas próprias mulheres ocupam”.
A parlamentar reafirmou a importância do requerimento sobre saúde mental de homens trans e denunciou o impacto de discursos de ódio como o proferido por Gilvan: “Levam ao suicídio, à automutilação, à automedicação, à morte. E, muitas vezes, sequer encontram acolhimento no serviço público de saúde”.
A sessão terminou com a promessa de Hilton de reapresentar o requerimento na próxima semana. Já Gilvan da Federal foi repreendido pelo presidente da Comissão, que pediu que o deputado respeitasse o ambiente da sessão.
O portal LeoDias buscou contato tanto com a deputada Erika Hilton (PSOL/SP), quanto com o deputado Gilvan da Federal (PL/ES) para mais esclarecimentos, mas até a publicação desta matéria não recebeu retorno dos parlamentares.
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