Taxação de Trump: “Interferência maldita”, diz líder do governo na Câmara
Deputado José Guimarães (PT-CE) diz ficar triste ao ver os colegas de Plenário aplaudindo a taxação de Donald Trump ao Brasil

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), entende que a taxação de Donald Trump ao Brasil é uma “interferência maldita” na soberania do país. A fala do deputado foi no plenário da Casa logo após o anúncio de Trump ser divulgado, nesta quarta-feira (9/7).
O líder do governo disse, ainda, que o Brasil tem respaldo internacional para se defender da taxação de Trump e que não aceitará a interferência dos Estados Unidos. A taxação de Donald Trump foi entendida por Guimarães como autoritarismo.
“Não há porque nós aceitarmos essa interferência perversa e maldita que o governo americano quer impor ao Brasil. Há que se ter uma união internacional de vários países porque o que está em jogo é uma potência querendo mandar de forma autoritária no mundo”, disse.
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O deputado José Guimarães também criticou a atitude dos “colegas” que comemoraram ou se colocaram a favor da taxação de Trump no plenário da Câmara dos Deputados.
“Eu fico muito triste quando eu vejo alguém aqui nesse Plenário, um deputado, uma deputada, aplaudir uma medida dessa, dos americanos. E, o pior, criminalmente, dizer que o presidente Lula é o responsável por isso”, lamentou.
Ainda nesta quarta-feira (9/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota à imprensa falando sobre a taxação de Donald Trump e afirmou que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, disse.
O documento divulgado pelo Palácio do Planalto rebate os argumentos contidos na carta enviada ao Brasil por Donald Trump justificando o aumento das taxas tributárias sobre os produtos brasileiros nos Estados Unidos.
Sobre as ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, e interpretadas por Trump como caça às bruxas, o governo brasileiro lembrou que “o processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, diz a nota.
Sobre liberdade de expressão e a condução brasileira da regulamentação dos conteúdos digitais, tema que gerou críticas do presidente dos Estados Unidos, o Palácio do Planalto afirmou que “a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática”, destacou.
O governo brasileiro desmentiu o trecho da carta de Trump que tenta justificar a taxação como forma de equilibrar a balança comercial entre os dois países. Na visão dos norte-americanos, o Brasil teria vantagem na relação e as taxas serviriam para equilibrar o saldo comercial.
“É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”, rebateu.
De acordo com o documento, as taxas extras de até 50% nos produtos brasileiros serão instituídas a partir de 1º de agosto.
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