Diretora da escola da filha de Samara Felippo questiona: “Basta expulsar?”
Nesta semana, uma das alunas foi transferida de instituição de ensino
A diretora da escola Vera Cruz, de São Paulo, que suspendeu as duas meninas acusadas de escreverem ofensas racistas no caderno da filha de Samara Felippo na semana passada, alegou que o colégio não errou em sua decisão. A artista pediu que as meninas fossem expulsas e registrou um boletim de ocorrência, do qual já prestou depoimento. As informações são do jornal O Globo.
A responsável pela diretoria do colégio, Regina Scarpa, afirmou: “Eu não acho que a gente errou. A gente foi fiel àquilo que significa a essência do projeto (da escola), que é acreditar nas possibilidades de educação para as relações inter-raciais. Quando a gente tomou essa decisão, foi em função do contexto: o fato de elas (as autoras das ofensas) terem se apresentado imediatamente e a forma como as famílias se comportaram, reagiram… Hoje, quando eu vejo quem está ao nosso lado nessa trincheira, respiro aliviada porque são pessoas que a gente confia muito. Apesar de termos escolhido um caminho que sabíamos que seria difícil”.
Veja as fotos
Regina confirmou que a expulsão das adolescentes seria a saída mais fácil, mas que impediria que crianças e adolescentes negras e brancas convivessem dentro do colégio e tiraria “a chance de ensinar” e aprender com o ocorrido.
Segundo ela, desde 2019 a escola tem um projeto que luta contra o racismo, envolvendo bolsas para alunos negros de baixa renda, mudança no currículo para deixá-lo menos eurocêntrico, mais contratação de colaboradores negros e grupos de discussão sobre o assunto.
Ela reconhece que a iniciativa não é um selo de “aqui não tem racismo” e admite que alguns casos acontecem, sendo que “cada caso é um caso”. Não existindo protocolo de expulsão quando acontecer um ato de racismo.
“Basta expulsar? Cada caso de racismo expulsa e pronto, e a gente prova que a relação interracial é impossível? Então cada caso é um caso, e o que a gente tem visto é que não se trata de um posicionamento da escola, trata-se de processos educativos singulares que requerem princípios e valores para orientar as decisões e acompanhar processos. As conversas com os envolvidos, como a gente cuida da vítima, da pessoa que foi agredida, da sua família, porque é muita dor” analisa a diretora da escola.
A família de uma das alunas retira a adolescente da escola
Depois que a notícia tomou repercussão nacional, na segunda-feira (29/4), a família de uma das acusadas tirou a jovem da escola, sem que ela tenha sido expulsa. Eles disseram em um comunicado que são uma “família progressista” e que pediram desculpas para a filha de Samara e aos parentes.
Fique por dentro!
Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga @leodias no Instagram.
Agora também estamos no WhatsApp! Clique aqui e receba todas as notícias e conteúdos exclusivos em primeira mão.