Calor extremo no Rio: Entenda quais são riscos que temperaturas altas impõem ao corpo
Cidade do Rio de Janeiro atingiu nível 4 de calor e ultrapassou a temperatura dos 40ºC nesta segunda-feira (17/2)
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Nesta segunda-feira (17/2), um alerta de calor extremo foi emitido pela prefeitura do Rio de Janeiro após a cidade atingir o nível 4 de níveis de calor, com temperaturas acima dos 40ºC e baixa umidade (entre 20% e 30%). Pensando nisso, o portal LeoDias conversou com a cardiologista Fernanda Almeida Andrade, Chefe e Preceptora adjunta do Ambulatório de CardioGenética na UNIFESP, São Paulo, sobre os riscos que altas temperaturas podem causar às pessoas.
A médica alertou para a desidratação causada pelas altas temperaturas que podem acarretar em problemas como “arritmia cardíaca (coração com batimento acelerado), desmaios e até eventos mais graves, como infarto e AVC”.
Dentre os grupos de risco para dias de alto calor estão “idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas (hipertensão arterial, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, doença renal crônica…) e praticantes de atividade física”.
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E o que acontece com o corpo quando está desidratado?
A desidratação impacta diretamente o sistema cardiovascular, exigindo adaptações fisiológicas que podem comprometer a função do coração e a circulação sanguínea. Fernanda Almeida explica detalhadamente o que acontece com o corpo:
1. Redução do Volume Sanguíneo
A água é um dos principais componentes do plasma sanguíneo. Quando há desidratação, o volume plasmático diminui, tornando o sangue mais viscoso. Com menos sangue circulante, o coração precisa trabalhar mais para manter o fluxo adequado para órgãos vitais.
2. Aumento da Frequência Cardíaca (Taquicardia)
Para compensar a redução do volume sanguíneo, o corpo ativa o sistema nervoso simpático, liberando adrenalina e noradrenalina. Isso aumenta a frequência cardíaca (FC) na tentativa de manter o débito cardíaco. Em outras palavras, o coração bate mais rápido para tentar bombear o mesmo volume de sangue.
3. Redução do Retorno Venoso e Débito Cardíaco
Com menos líquido no sistema circulatório, há uma diminuição no retorno venoso para o coração, reduzindo o volume de sangue que entra no ventrículo esquerdo (pré-carga). Como resultado, o volume sistólico (quantidade de sangue ejetada pelo coração a cada batimento) diminui, podendo levar à queda da pressão arterial.
4. Aumento da Resistência Vascular Periférica
Para evitar uma queda brusca da pressão arterial, o organismo ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), promovendo vasoconstrição. Isso eleva a resistência vascular periférica, o que pode sobrecarregar o coração, especialmente em indivíduos com doenças cardiovasculares, como hipertensão e insuficiência cardíaca.
5. Risco de Arritmias
A desidratação leva a um desequilíbrio eletrolítico, principalmente de sódio, potássio e magnésio, que são essenciais para a condução elétrica do coração. Alterações nesses íons podem predispor a arritmias, desde extrassístoles até arritmias mais graves, como fibrilação atrial e taquicardia ventricular.
6. Termorregulação Comprometida e Sobrecarga Cardíaca
A regulação da temperatura corporal depende da vasodilatação periférica e da transpiração. Quando o corpo perde muito líquido pelo suor sem reposição adequada, a capacidade de dissipar calor diminui. Isso pode levar à hipertermia, aumentando ainda mais o estresse cardiovascular e elevando o risco de colapso circulatório.
Beba água e em caso de sintomas, vá ao hospital!
Para evitar problemas maiores, Fernanda Almeida deixa alguns alertas: manter-se hidratado; evitar exposição ao sol em horários de pico de calor; usar roupas leves; e evitar exageros em práticas de exercício ao ar livre.
Por fim, em caso de sintomas, procure ajuda médica: “Sinais como tontura, cansaço extremo, sudorese excessiva e batimentos acelerados devem ser levados a sério. Em caso de diarreia ou vômitos, faz-se necessária avaliação médica e por vezes, reposição de água e eletrólitos via intravenosa!Cuidar do coração em tempos de calor intenso é fundamental. A prevenção pode salvar vidas!”
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