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Encefalopatia traumática crônica (ETC): como é a doença que vitimou Maguila

O pugilista faleceu nesta quinta-feira (24/10), vítima de uma doença comum em ex-boxeadores

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          O boxe brasileiro perdeu um de seus maiores nomes no esporte nesta quarta-feira (24/10), a lenda José Adilson Rodrigues dos Santos, o “Maguila”. O esportista peso-pesado foi vítima de encefalopatia traumática crônica (ETC), também conhecida como “demência do pugilista”.

          Maguila teve a doença diagnosticada em 2013 e estava internado já há alguns anos, em uma clínica em Itu, no interior de São Paulo.

          No local, o ex-pugilista recebia tratamento para a doença, que o acometeu devido aos inúmeros golpes sofridos durante sua carreira.

          Veja as fotos

          Maguila (Foto: Reprodução/Internet)
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          reprodução
          Maguilareprodução
          Maguila (Foto: Reprodução/Internet)
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          Maguila (Foto: Reprodução/Internet)
          Maguila (Foto: Reprodução/Internet)

          O que é a encefalopatia traumática crônica (ETC)?

          A ETC é uma doença neurodegenerativa causada por repetidos traumas cranianos, sendo bem comum em pugilistas, e é uma condição progressiva e irreversível que afeta a memória, o raciocínio e a coordenação motora.

          Segundo o médico Mauricio Hoshino, neurologista do Hospital Santa Catarina Paulista, o diagnóstico da ETC é complicado, com exames de imagem, como ressonância magnética, sendo importantes para identificar possíveis alterações no cérebro, porém o diagnóstico definitivo só pode ser feito após a morte, através da análise do tecido cerebral.

          “O diagnóstico da encefalopatia traumática crônica (ETC) é realizado principalmente por meio da avaliação clínica. Consideramos a história do paciente, incluindo os sintomas, que podem envolver problemas cognitivos, mudanças de humor e comportamentais. Exames de imagem, como ressonância magnética, podem ajudar a identificar alterações no cérebro, mas o diagnóstico definitivo só pode ser feito após a morte, através da análise do tecido cerebral”, explicou o médico.

          A doença, comum em pugilistas, não tem uma quantidade exata de traumas na cabeça para que seja desenvolvida, podendo múltiplos traumas aumentarem o risco, mas também a doença pode se desenvolver a partir de um único trauma.

          “Não há uma quantidade exata de traumas que leve ao desenvolvimento da ETC. Enquanto múltiplos traumas aumentam o risco, é possível que um único trauma significativo, especialmente se for grave, contribua para o seu surgimento. A suscetibilidade individual e a intensidade dos traumas são fatores importantes”, explicou Mauricio Hoshino.

          O tratamento é unicamente focado no alívio dos sintomas, já que não existe um tratamento específico para reverter a ETC. 

          “Atualmente, não existe um tratamento específico para reverter a ETC. O manejo é focado no alívio dos sintomas. Isso pode incluir terapia ocupacional, terapia cognitiva e medicamentos para tratar problemas de humor. O acompanhamento regular com uma equipe multidisciplinar é essencial para melhorar a qualidade de vida do paciente”, detalhou o médico.

          Sintomas e prevenção

          A prevenção para a ETC envolve estratégias como o uso de equipamentos de proteção adequados, a implementação de regras que minimizem os riscos de concussões e a educação sobre os sinais e sintomas de lesões na cabeça

          “A prevenção da ETC envolve várias estratégias, como o uso de equipamentos de proteção adequados, a implementação de regras que minimizem os riscos de concussões e a educação sobre os sinais e sintomas de lesões na cabeça. Também é importante ter protocolos claros para a avaliação e o retorno ao esporte após lesões”, explicou o doutor.

          “As consequências da ETC podem ser graves, incluindo deterioração cognitiva, problemas de comportamento e distúrbios psiquiátricos. Embora a condição não seja necessariamente letal a curto prazo, pode levar a complicações que afetam a qualidade de vida. A longo prazo, pode aumentar o risco de mortalidade, associando-se a condições como suicídio ou doenças neurodegenerativas secundárias”, completou.

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