Yasmin Brunet segue protocolo sem cirurgia para tratar lipedema; médico explica tratamento
Modelo perdeu cerca de 20 kg com acompanhamento médico e estratégias focadas em inflamação, metabolismo e saúde linfática

O tratamento seguido por Yasmin Brunet para lidar com o lipedema tem chamado atenção pela ausência de procedimentos cirúrgicos e pelo alto grau de disciplina. Nesta semana, a modelo chegou a desabafar em suas redes sociais sobre o tratamento médico. Ela adotou um plano baseado na exclusão total de glúten e lactose, dieta anti-inflamatória e exercícios físicos diários. Ouvido pelo portal LeoDias, o médico nutrólogo Dr. Ronan Araújo explicou os fundamentos desse protocolo e os cuidados fundamentais para a manutenção dos resultados.
De acordo com o especialista, “existem evidências clínicas consistentes de que o lipedema está fortemente associado a processos inflamatórios crônicos”. Embora alimentos como glúten e lactose não sejam apontados como causadores diretos da condição, sua exclusão tem efeito positivo em muitos pacientes. “Estudos indicam que pacientes com doenças inflamatórias podem apresentar intolerâncias alimentares secundárias ou sensibilidade aumentada a proteínas como a gliadina (do glúten) e à lactose, agravando a inflamação sistêmica”, disse ele.
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A escolha por uma dieta anti-inflamatória tem respaldo científico. Segundo o Dr. Ronan, esse tipo de alimentação tem base científica, principalmente por priorizar alimentos in natura, reduzir industrializados, melhorar o perfil lipídico e otimizar a microbiota intestinal. No contexto do lipedema, que afeta o sistema linfático e provoca alterações microvasculares, tais ajustes não substituem o tratamento médico, mas são “um recurso complementar muito eficaz para melhorar qualidade de vida e sintomas locais”.
Estratégias para evitar o efeito sanfona
Com a perda significativa de peso, estimada em 20 kg, outro desafio é evitar a recuperação rápida dos quilos eliminados. Para isso, o foco precisa estar na manutenção do metabolismo. “O foco principal precisa ser a manutenção metabólica, para que o corpo não entre em um estado de compensação com queda abrupta de metabolismo basal”, explicou o especialista.
Entre as estratégias recomendadas, o médico destaca os exercícios físicos regulares, com ênfase nos treinos de força, para preservar a massa magra. “A recomendação mínima é 150 minutos semanais, mas idealmente 40 a 60 minutos diários, mesclando força e atividades aeróbicas”. O plano alimentar precisa ser individualizado, sem cortes drásticos, mas com leve ciclo calórico para evitar adaptação metabólica. E o cuidado emocional também é essencial: “Acompanhamento psicológico, especialmente em pacientes com histórico de compulsão ou distorção da autoimagem, com suporte de terapia cognitivo-comportamental quando necessário”, argumentou.
Além disso, o monitoramento hormonal deve fazer parte do protocolo. “Alterações de leptina, grelina, insulina e tireoide são comuns após grandes perdas”.
Quando a cirurgia é indicada?
Apesar de ter optado por não se submeter à lipoaspiração, Yasmin segue um caminho diferente de muitas mulheres com lipedema. Estudos recentes mostram que cerca de 51% das pacientes ainda precisam de terapia conservadora mesmo depois da lipossucção. A cirurgia, segundo o Dr. Ronan, tem caráter funcional, e não estético: “A lipossucção no lipedema não é uma solução estética, é uma ferramenta terapêutica para reduzir volume, dor e melhorar a função linfática”.
Entre os critérios adotados pelo especialista para indicar a intervenção estão: “estágios mais avançados da doença, onde o volume compromete a mobilidade; refratariedade à terapia conservadora após mínimo de 6 meses bem conduzidos; impacto funcional, como limitação para atividades físicas”. Ainda assim, mesmo após o procedimento, a paciente deve continuar com cuidados clínicos, como explicou o Dr. Ronan: “Seguimos a literatura que demonstra que, mesmo após lipoaspiração, a continuidade com drenagem linfática, meias compressivas e manutenção de peso saudável são essenciais para controle do edema residual e prevenção de progressão”.
Perder peso melhora os sintomas?
O lipedema é frequentemente descrito como uma condição de depósito de gordura resistente à dieta, e com características distintas da obesidade. Mas, a perda de peso pode contribuir significativamente para a melhora da qualidade de vida. “O lipedema de fato se caracteriza por um tecido adiposo fibroso, resistente, que não responde da mesma forma que a gordura associada à obesidade comum. No entanto, estudos clínicos mostram que perdas de 5 a 10% do peso corporal já proporcionam melhora considerável em dor, mobilidade e retenção”, contou o especialista.
Segundo o médico, o emagrecimento não “cura” o lipedema, mas ajuda a controlar sua progressão. “Mesmo sem redução proporcional do volume nas áreas afetadas, o emagrecimento auxilia no controle dos sintomas e na progressão da doença. Por isso, o objetivo não é ‘curar o lipedema pela balança’, mas criar um ambiente corporal menos inflamatório e mais funcional”.
O caso de Yasmin Brunet reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar e personalizada no tratamento do lipedema, mostrando que a combinação de hábitos saudáveis, disciplina e orientação especializada pode trazer resultados relevantes, mesmo sem intervenção cirúrgica.
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