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Empresário do futebol conhecido como “Rei do Rebaixamento” é preso pela Interpol

William Rogatto prestou depoimento na CPI de Manipulação de Jogos e assumiu crimes; empresário foi preso nesta sexta (8/11)

          O empresário William Rogatto, que assumiu autoria no rebaixamento de 42 clubes e participação em manipulação de diversos jogos de futebol pelo Brasil, foi preso pela Interpol na manhã desta sexta-feira (8/11), em Dubai.

          Há um mês, Rogatto havia admitido em depoimento na CPI da Manipulação de Jogos de Futebol, no Senado Federal, a sua participação em um grande esquema de manipulação de resultados. 

          Veja as fotos

          William Rogatto, conhecido como "Rei do Rebaixamento", em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos (Agência Senado)
          William Rogatto, conhecido como "Rei do Rebaixamento", em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos (Agência Senado)
          William Rogatto é suspeito de manipular a partida entre Gama e Santa Maria, pelo Candangão de 2024 (Reprodução)
          William Rogatto é suspeito de manipular a partida entre Gama e Santa Maria, pelo Candangão de 2024 (Reprodução)
          CPI da Manipulação de Jogos de Futebol (Jefferson Rudy/Agência Senado)
          CPI da Manipulação de Jogos de Futebol (Jefferson Rudy/Agência Senado)

          O “Rei do Rebaixamento”

          O empresário, conhecido como “Rei do Rebaixamento”, deu detalhes sobre a sua atuação na manipulação de jogos, afirmando ter lucrado cerca de R$ 300 milhões, rebaixando 42 clubes pelo Brasil, mas sem apresentar provas. 

          O seu depoimento aconteceu de forma virtual, direto de Portugal, onde ele estava refugiado em meio às investigações. Desde que confessou seus crimes, Rogatto estava foragido e seu paradeiro era desconhecido até sua prisão nos Emirados Árabes Unidos.

          Os senadores integrantes da CPI cogitaram ir a Portugal para colher as evidências que Rogatto afirmou ter sobre seus crimes, podendo até oferecer a ele a inclusão no Sistema de Proteção à Testemunha, mas a viagem não ocorreu por conta de informações controversas sobre seu paradeiro.

          Com a prisão decretada, o senador Carlos Portinho, integrante da CPI no Senado Federal, comunicou que fez um pedido à Polícia Federal pela extradição do empresário. O parlamentar também estaria atuando para viabilizar um acordo de delação premiada para que Rogatto apresente as provas que disse possuir.

          “O meu objetivo é apurar a veracidade das informações e limpar essa sujeira de apostas do futebol brasileiro. Precisamos ter certeza que a maior paixão dos brasileiros não está relegada à própria sorte”, afirmou o senador.

          William é apontado pelo Ministério Público como chefe de um esquema que usou o Santa Maria, clube do Distrito Federal, para manipular resultados no campeonato local – ele admitiu participação no esquema. Antes disso, Rogatto já havia sido investigado por tentar manipular partidas da Série A3 do Campeonato Paulista, em 2020.

          “Qual é meu modus operandi? Pego um time com dificuldade financeira e que não tem dinheiro para disputar campeonato ou pagar taxas da federação, que cobra transferências, registros e tudo mais. […] Aí eu entrava: eu vinha, como quem não quer nada, e falava: ‘e aí, presidente, vamos fazer o time subir? Vai dar tudo certo, a gente vai ser campeão’”, disse William na CPI, sobre seu método de atuação para manipular partidas.

          William Rogatto foi alvo da “Operação Fim de Jogo”, em março deste ano, quando o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do empresário.

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