Mitos e verdades: Entenda como estão as investigações sobre manipulação no futebol brasileiro
Futebol brasileiro vive um cenário de tensão após acusações de gestor do Botafogo e CPI em andamento
Polícia e tribunais, CPI no Senado, manchetes na imprensa, teorias nas redes sociais, tensão nos bastidores (e nas arquibancadas). Esse é o cenário das investigações sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro que, na última semana, tiveram novas revelações, ampliando os questionamentos sobre o rumo que estamos caminhando e até onde dá para saber em quem e no que acreditar. O portal LeoDias traz respostas para isso.
A corrupção dentro do futebol brasileiro já foi escancarada por vezes, não à toa os últimos quatro presidentes da CBF foram afastados do cargo, sendo um deles preso – um presidente da entidade não encerra o mandato desde 2012 e o atual está no cargo sob liminar.
Mas, na maioria das vezes, as tramoias acontecem “às escuras” e por mais desconfiança que se tenha, a falta de provas e de medidas mais drásticas, acaba favorecendo a impunidade. Como contornar isso? Pergunta difícil, até porque convicção não é condenação e indícios não são provas.
Como estão as investigações?
Atualmente, o inquérito mais amplo sobre esse assunto corre na Justiça de Goiás. A “Operação Penalidade Máxima” comandada pela Polícia Civil começou a investigar no final de 2022 a manipulação em partidas de futebol, descobrindo um esquema amplo comandado por empresários e com participação de jogadores de clubes de todas as séries do futebol brasileiro.
Baseado em burlar casas de apostas esportivas para gerar lucro aos líderes, o esquema tem como um dos principais suspeitos de comandar parte da operação, o empresário Romário Hugo dos Santos.
Os jogadores revelados como parte do esquema receberam propina para fazer faltas, tomar cartões, além de manipular outros lances que gerassem lucro para os criminosos em apostas.
Segundo o que o MP-GO informou ao portal LeoDias, a investigação está em uma fase circunstancial, onde “estão sendo realizados diversos interrogatórios e análise do material apreendido nas fases deflagradas” e repassou que até o momento 32 pessoas já foram denunciadas:
“No presente momento estão sendo realizados diversos interrogatórios e análise do material apreendido nas fases deflagradas e realizando interrogatórios. Ao final desta análise será possível definir eventuais próximos passos da investigação. Enquanto isso, as diversas ações penais seguem tramitando na justiça estadual de Goiás. Vale lembrar que até o momento foram trinta e duas pessoas denunciadas. Dentre elas, vinte e um jogadores profissionais”, disse o MP-GO em nota enviada ao portal.
O esquema chegou a ser tema de uma CPI na Câmara dos Deputados, que ouviu diversos personagens suspeitos, incluindo jogadores condenados com suspensões esportivas, entre eles Eduardo Bauermann (ex-Santos), Richard (ex-Cruzeiro), e outros que atuaram por clubes da Série A ou B.
Apesar da ampla investigação, não foi apontado pela Polícia Civil ou Ministério Público uma influência direta nos resultados do Campeonato Brasileiro da Série A a ponto de considerar o torneio manipulado.
A Sportradar, empresa de tecnologia especializada em análise do futebol e da qual tem parcerias com as principais confederações mundiais, incluindo FIFA, UEFA, CONMEBOL, além da própria CBF, trouxe a tona um relatório onde mostra 109 jogos suspeitos, porém nenhuma da Série A e, segundo o CEO, Carsten Koerl, não existem evidências de manipulação de resultados no Brasileirão de 2023 – o relatório foi entregue à CPI da Manipulação de Jogos de Futebol, em vigor no Senado Federal.
Textor, o novo “guerrilheiro” do futebol brasileiro (?)
John Textor, dono do Botafogo, discorda da versão que extingue suspeitas sobre o Brasileirão e tem causado rebuliço, angariando fãs e inimigos na sua empreitada para desmascarar o que acredita ser um esquema envolvendo árbitros de futebol, no qual o Palmeiras teria sido o maior beneficiado e jogadores de clubes como São Paulo e Fortaleza teriam participado.
O que a imprensa e a opinião pública em geral tem sobre a versão de Textor até o momento são apenas as “convicções” do estadunidense e a promessa de que os indícios entregues por ele à polícia e a CPI da Manipulação de Jogos de Futebol, no Senado, serão investigados.
Com esse cenário, criou-se uma expectativa e com ela veio as teorias da conspiração, além de fortes críticas que pairam sobre acusações irresponsáveis feitas publicamente por parte do gestor botafoguense.
Alguns pedem para Textor falar mais, outros para falar menos. Tem quem subestime os indícios, palavras e relatórios do estadunidense, mas também há quem superestime. É claro, tem quem fique em cima do muro. Mas uma opinião generalizada é: se ele provar, vira um Rei, se não provar, tem que ser banido do futebol brasileiro.
O senador Jorge Kajuru, presidente da CPI da Manipulação de Jogos de Futebol, declarou que já há uma estratégia para punir Textor, caso as acusações dele se provem infundadas, afirmando já ter um Projeto de Lei no Senado para isso.
Kajuru chegou a apoiar publicamente, em declaração na CPI, a paralisação do futebol brasileiro por conta do que viu em documentos e vídeos entregues por Textor, porém voltou atrás e se posicionou contra.
O caminho daqui para frente, na CPI do Senado, será ouvir árbitros de futebol, especialistas em tecnologia esportiva, dirigentes de clubes por todo o Brasil, além de outras figuras que participam do futebol brasileiro.
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