Tragédia do Ninho: segurança que processa Flamengo por trauma realiza audiência
Benedito Ferreira, demitido do Flamengo em 2022, salvou crianças durante a tragédia que vitimou 10 meninos no Centro de Treinamento do Clube, Ninho do Urubu, em 2019
Uma audiência entre Benedito Ferreira, um dos seguranças que trabalhou ativamente para salvar vidas durante a tragédia no Centro de Treinamento do Flamengo, Ninho do Urubu, em 2019, e o clube está sendo realizada nesta sexta-feira (28/3). Segundo apurado pelo portal LeoDias, as partes tentam chegar a um acordo para pôr um fim a um processo trabalhista movido pelo ex-colaborador, demitido do clube em 2022.
Em 2024, um laudo pericial, contratado pela Justiça, constatou que o segurança não conseguia mais trabalhar devido aos traumas vividos e doenças psiquiátricas causadas pelo incidente. No mesmo ano, um movimento feito por torcedores do clube buscava arrecadar fundos para que o segurança pudesse arcar com medicações controladas necessárias.
O portal LeoDias procurou a assessoria de imprensa do Flamengo para saber se o clube apresentaria um acordo para o ex-colaborador, mas não foi informado que o clube não se pronunciaria quanto ao processo.
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Nossa reportagem apurou, com fontes dentro do clube, que o processo está na fase “colher depoimentos” e que nenhum acordo será apresentado no momento.
Benedito foi um dos entrevistados no documentário da Netflix “O Ninho: Futebol e Tragédia” e descreveu as cenas de terror vividas durante a tragédia que vitimou 10 crianças em 2019. O segurança foi um dos responsáveis por salvar adolescentes em meio ao incêndio e evitar que tragédia fosse maior.
O segurança acabou demitido em 2022, após mais de 14 anos de serviços prestados ao clube. Ele busca uma indenização de R$ 2,5 milhões de direitos trabalhistas, previdenciários e cíveis. No processo, Ferreira acusa o clube de não ter relacionado seu afastamento ao INSS, por conta dos problemas psiquiátricos causados pelo acidente.
Segundo a jornalista Gabriela Moreira, no guia de demissão do ex-segurança, encaminhado pelo depatarmento de Recursos Humanos (RH) do clube, não consta a “Comunicação de Acidente de Trabalho” e, com isso, o INSS não reconhece o “nexo causal” entre o estado psiquiátrico de Benedito e a tragédia do Ninho do Urubu. Com isso, Benedito não consegue buscar aposentadoria por acidente de trabalho e não possui renda fixa.
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