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O que é Alta-Costura e por que ela dita tudo que você vai usar depois

O mais alto patamar da moda não é feito para ser vendido, mas para causar inspiração

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        Você teria coragem de usar um vestido que parece um quadro do Dalí? Na Semana de Alta-Costura de Paris, que terminou hoje, isso não só aconteceu como foi celebrado. Vestidos virados ao avesso, flores que choram, cabeças douradas de animais e noivas que levitam. Nada ali precisa fazer sentido prático. Porque a alta-costura não é feita para vender: É feita para sonhar. E mesmo assim, é nesse palco sem regras que nascem as ideias que todo mundo vai copiar depois.

        O que faz da alta-costura um universo sem regras?

        Alta-costura (ou haute couture, em francês) é um laboratório de ideias. Diferente do prêt-à-porter, cujo foco final é a venda em larga escala, cada peça couture nasce para representar uma visão artística sem limites de orçamento ou de criatividade. Nas coleções de Dior, Schiaparelli, Chanel ou Valentino, os ateliês viram estúdios de arte: Bordados manuais, construções arquitetônicas, tecidos experimentais e centenas de horas de trabalho se unem para contar histórias que só existiriam naquele formato.

        Veja as fotos

        Reprodução: Instagram @irisvanherpen
        A estilista Iris Van Herpen é conhecida pelos seus looks de alta-costuraReprodução: Instagram @irisvanherpen
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        A estilista Iris Van Herpen é conhecida pelos seus looks de alta-costuraReprodução: Instagram @irisvanherpen
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        A estilista Iris Van Herpen é conhecida pelos seus looks de alta-costuraReprodução: Instagram @irisvanherpen
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        A estilista Iris Van Herpen é conhecida pelos seus looks de alta-costuraReprodução: Instagram @irisvanherpen
        Por isso se diz que a alta-costura sonha tendência. As formas, cores e texturas que você vê ali, exageradas ou não,  reaparecerão, reinterpretadas, no fast fashion ou no guarda-roupa de celebridades dentro de poucos meses. É um funil criativo: poucos usam, todos copiam.

        Não é bagunça: há regras (bem rígidas) para ser haute couture

        Para figurar na lista oficial da Fédération de la Haute Couture et de la Mode, a maison precisa:
        • Manter um ateliê no Triângulo de Ouro (Triangle d’Or) em Paris — área que une as avenidas Montaigne, George V e Champs-Élysées;
        • Ocupar um prédio com no mínimo cinco andares, com modelistas, costureiras, bordadeiras e moulage;
        • Produzir peças sob medida, ajustadas ao corpo da cliente em várias provas presenciais;
        • Executar acabamento 100% manual — sem máquina de costura industrial;
        • Lançar duas coleções por ano (primavera-verão e outono-inverno);
        • E ter um perfume próprio.
        Isso mesmo: O clássico Chanel Nº 5 não é só um perfume icônico — é ele que, comercialmente, mantém vivo o ateliê de alta-costura da maison. O sonho é sustentado por um frasco.

        Se não é feito para vender, por que existe um mercado?

        Estima-se que cerca de quatro mil compradores ativos no mundo investem regularmente em alta-costura. São herdeiras do Oriente Médio, colecionadoras asiáticas, estrelas de Hollywood, famílias reais e ícones da música. Elas pagam não só pela roupa, mas por exclusividade absoluta e valor simbólico: cada look é único, feito à mão, numerado e arquivado nos registros da maison.
        Enquanto isso, stylists, revistas, designers e grandes redes de varejo analisam cada desfile com atenção. As referências visuais e os códigos criativos da alta-costura influenciam campanhas, coleções e vitrines pelo mundo inteiro. Ou seja: mesmo sem “vender” diretamente, ela alimenta toda a cadeia da moda.

        Alta-costura dita sonho, não tendência

        Quando Schiaparelli coloca um busto dourado escultural em um vestido ou Chanel recria flores flutuantes em vestidos de tule, ninguém espera que você vá usar aquilo no shopping. Mas espere só alguns meses — e você verá aquele volume, aquela textura ou aquela cor aparecerem suavizados, reinterpretados, multiplicados. A alta-costura não dita o que vestir. Ela dá as pistas do que o mundo vai desejar.

        Alta-costura também é amadurecimento

        A cada nova temporada, o que se vê na passarela é mais do que tecido. É transformação. Assim como a gente muda de fase, de opinião, de trabalho — também pode mudar de estilo. A moda acompanha a gente. Ela expressa o que somos, o que queremos dizer, ou até o que ainda não conseguimos colocar em palavras. Por isso, a alta-costura também serve de metáfora: ninguém é uma coisa só. E ninguém precisa ser a mesma pessoa para sempre.
        Quando você se pergunta se teria coragem de usar um vestido que parece um quadro do Dalí, a questão não é “sim ou não”. É: o que essa peça desperta em mim? Inspiração? Medo? Desejo?
        A Semana de Alta-Costura de Paris, que acaba de terminar, existe para provocar essa pergunta. E lembrar que, antes de ser tendência ou consumo, a moda é, e sempre foi, uma forma de imaginar. Porque no fim das contas… nem era sobre a roupa.

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