Mourão rebate tarifa de Trump e rejeita interferência: “Caso é interno nosso”
Senador criticou sobretaxa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e disse que julgamento de Bolsonaro deve ser tratado sem pressões externas

Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado nesta terça-feira (15/7), o senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS) disparou contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Ex-vice-presidente no governo Bolsonaro, Mourão classificou a atitude como tentativa de ingerência indevida nos assuntos internos do Brasil.
“Eu quero deixar uma coisa aqui muito clara. Da mesma forma que eu não aceito que o Macron, que a Greta Thumberg, o Leonardo Di Caprio e outros venham meter a mão em coisas aqui do Brasil, eu também não aceito que Trump venha meter o bedelho em um caso que é interno nosso”, afirmou o parlamentar.
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O tarifaço foi formalizado por meio de uma carta enviada por Trump ao governo brasileiro, na qual o presidente norte-americano acusou o país de “atentar contra a liberdade de expressão” e criticou decisões recentes da Suprema Corte. A medida, segundo Trump, é uma reação direta a ações do Brasil que teriam afetado empresas americanas de tecnologia.
Mesmo reconhecendo o que chamou de “injustiça” no processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, Mourão reforçou que a resolução desse impasse deve permanecer no campo interno: “Há uma injustiça sendo praticada, mas compete a nós, brasileiros, resolvermos isso”, disse.
Além disso, o senador condenou a estratégia adotada por Trump, argumentando que a postura protecionista pode ter efeito contrário ao desejado.
A fala de Mourão destoou de outros parlamentares da oposição, que têm responsabilizado o governo Lula e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo acirramento da crise com os EUA. Porém, o senador preferiu destacar os esforços diplomáticos do Executivo e do Itamaraty para conter o impacto econômico das tarifas e encontrar uma solução pacífica.
O impacto da medida de Trump preocupa setores exportadores. Os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China, e produtos como petróleo, aço e alimentos estão entre os mais afetados pela nova alíquota.
A carta enviada por Trump ao Brasil atribui a decisão a supostas ordens de censura emitidas pela Justiça brasileira contra plataformas de redes sociais dos EUA, além de críticas à condução do processo eleitoral e ao julgamento de Bolsonaro no STF.
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