Tarifa de Trump contra o Brasil pode virar trunfo para Lula em 2026, diz BTG
Segundo a equipe do banco de investimentos, Embraer, WEG e Suzano estão entre as empresas mais afetadas
Na manhã desta quinta-feira (10/7), analistas do BTG Pactual avaliaram que a imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos – anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, deve ter impacto econômico direto limitado. Porém, segundo dados do relatório divulgado pelo banco, o episódio pode beneficiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cenário eleitoral de 2026.
“A base de apoio do governo no Congresso sugere que a medida pode fortalecer politicamente o presidente Lula, ao intensificar o embate com seu principal antagonista – especialmente após menções diretas do presidente Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Analistas políticos acreditam que essa nova narrativa pode aumentar a popularidade de Lula e reposicionar seu discurso com vistas às eleições de 2026”, diz uma parte do documento assinado por oito especialistas do BTG Pactual.
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Em outro trecho os analistas avaliaram a motivação política da medida: “Diferentemente das tarifas adicionais anunciadas recentemente pela administração Trump a outros parceiros comerciais dos EUA -baseadas em desequilíbrios comerciais, as tarifas impostas ao Brasil parecem ter motivação política”, pontuaram.
Além disso, entre os setores mais expostos ao mercado norte-americano, eles citaram o de produtos semimanufaturados de ferro e aço, com 71,8% das exportações dessa categoria enviadas para os EUA.
Mas ainda segundo os especialistas, o segmento já está sujeito a tarifas setoriais superiores a 50%, “portanto não afetados pelo anúncio”.
A equipe de analistas do banco BTG também a exposição do setor de aeronaves, com 63,2% das exportações embarcadas para os EUA, materiais de construção, com 57,9%, e madeira e produtos de madeira, com 43,2%.
Por fim, na visão dos representantes, as empresas mais afetadas pela medida são: Embraer, WEG e Suzano. Já as companhias de petróleo, sofrem impacto que parece limitado, assim como para a maior parte das empresas do agronegócio.
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