O que é o decreto de reciprocidade comercial e como ele funciona na prática
Nova norma define como o Brasil pode reagir a barreiras comerciais impostas por outros países

O governo federal publicou na última terça-feira (15/7) o decreto que regulamenta a chamada Lei de Reciprocidade Comercial, sancionada em abril deste ano. O texto estabelece regras e critérios para que o Brasil possa adotar medidas de retaliação econômica contra países ou blocos econômicos que adotem barreiras comerciais contra produtos brasileiros.
O que é a Lei de Reciprocidade Comercial?
É uma norma que autoriza o governo brasileiro a responder de forma proporcional quando outro país impõe restrições, tarifas ou obstáculos que prejudiquem a exportação de bens e serviços do Brasil. Isso inclui, por exemplo, o aumento de impostos sobre produtos brasileiros, exigências ambientais mais rígidas que as aplicadas no Brasil ou o descumprimento de acordos comerciais firmados entre as partes.
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A ideia da lei é garantir tratamento igualitário: se um país dificultar a entrada de produtos brasileiros, o Brasil poderá fazer o mesmo com os produtos daquele país.
A nova regulamentação detalha como o Brasil poderá agir nesses casos. O decreto cria oficialmente o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que ficará responsável por analisar e decidir quais medidas serão adotadas como resposta. Esse comitê será composto por ministros das áreas de Comércio, Fazenda, Relações Exteriores e Casa Civil.
O objetivo é dar rapidez e segurança jurídica à aplicação das chamadas “contramedidas”, que poderão incluir:
- Aumento de tarifas sobre produtos estrangeiros;
- Suspensão de benefícios fiscais ou acordos comerciais com determinados países;
- Restrições à entrada de serviços, investimentos ou mercadorias específicas.
Quando a lei pode ser aplicada?
A reciprocidade comercial pode ser acionada em três situações principais:
- Quando outro país tenta interferir em decisões soberanas do Brasil, como pressionar para mudar leis ou políticas públicas por meio de ameaças comerciais;
- Quando acordos internacionais forem violados, e o Brasil for prejudicado com o descumprimento das regras;
- Quando forem impostas regras ambientais mais rígidas do que as praticadas internamente, de forma a criar obstáculos comerciais disfarçados.
Como funciona na prática?
Um exemplo prático está acontecendo neste momento: os Estados Unidos anunciaram a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para lá. O governo brasileiro, por meio da nova lei e do decreto, poderá aplicar uma resposta proporcional, como criar tarifas semelhantes sobre produtos norte-americanos, suspender acordos ou buscar uma solução multilateral junto à OMC (Organização Mundial do Comércio).
Qual a importância da medida?
A Lei de Reciprocidade é considerada um instrumento de defesa comercial. Com ela, o Brasil passa a ter uma ferramenta mais clara e ágil para reagir a práticas comerciais que prejudiquem seus produtos no exterior, protegendo empregos, empresas e a economia nacional de ações consideradas desleais.
Além disso, o decreto regulamenta o funcionamento dessa lei, garantindo que a aplicação das contramedidas siga critérios técnicos, legais e institucionais, sem decisões arbitrárias ou improvisadas.
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