Preta Gil recorreu a tratamentos de ponta no Brasil e nos EUA em luta contra o câncer
Além da quimioterapia, Preta Gil passou por sessões de radioterapia e por uma cirurgia reconstrutiva para restabelecer o funcionamento do trato intestinal, que incluiu a retirada da bolsa de ileostomia temporária
Diagnosticada com câncer colorretal no início de 2023, Preta Gil, que faleceu neste domingo (20/7) aos 50 anos, travou uma batalha marcada por procedimentos inovadores e terapias complexas, tanto no Brasil quanto no exterior. Determinada a vencer a doença, a artista buscou o que havia de mais avançado na medicina, enfrentando cirurgias de alta complexidade, terapias experimentais e recursos tecnológicos modernos, como bombas portáteis de quimioterapia.
A primeira medida após o diagnóstico foi iniciar, em questão de dias, um tratamento com quimioterapia. No decorrer do processo, no entanto, enfrentou uma grave infecção generalizada que quase lhe custou a vida.
“No dia 23, eu passei por uma septicemia, por um choque séptico, causado por uma bactéria que entrou no meu organismo. Existem algumas possibilidades para que essa bactéria tenha entrado no meu organismo. A mais latente, a que os médicos acham que pode ter sido, foi através do meu cateter, que eu fazia quimioterapia. Eles acham que pode ter sido por ali”, relatou a artista em entrevista na ocasião.
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Após esse episódio, Preta seguiu com sessões de quimioterapia, oito no total, uma das abordagens mais utilizadas no combate ao câncer. Paralelamente, foi submetida a uma histerectomia total abdominal, cirurgia de grande porte que envolveu a retirada do tumor e também do útero. Ela compartilhou que a operação teve êxito e, por um tempo, comemorou a ausência de células malignas.
Além da quimioterapia, passou por sessões de radioterapia e por uma cirurgia reconstrutiva para restabelecer o funcionamento do trato intestinal, que incluiu a retirada da bolsa de ileostomia temporária.
Tecnologia e inovação médica contra a recidiva
Em agosto de 2024, a doença voltou a se manifestar, dessa vez atingindo outras regiões do corpo. O quadro foi classificado como recidiva, quando o câncer reaparece mesmo após o tratamento anterior ter sido bem-sucedido. A nova fase exigiu estratégias ainda mais específicas.
Para enfrentar esse momento, Preta apostou no uso de uma bomba portátil de quimioterapia — tecnologia que permite ao paciente receber o medicamento em casa, sem necessidade de internação. O equipamento oferece mais autonomia e conforto, permitindo manter o tratamento em meio à rotina pessoal.
Ainda em novembro de 2024, a artista precisou interromper temporariamente o tratamento para passar por uma cirurgia de urgência, voltada à correção de um problema em seu cateter urinário.
Cirurgia de 21 horas e tratamento experimental nos Estados Unidos
Buscando alternativas além das disponíveis no Brasil, Preta viajou aos Estados Unidos em dezembro de 2024, onde foi submetida a um tratamento alternativo e a uma cirurgia de altíssima complexidade, com 21 horas de duração. Nesse procedimento, os médicos removeram cinco tumores e implantaram uma bolsa de colostomia definitiva.
Ela detalhou que os tumores estavam localizados em linfonodos, no uréter e no peritônio — estruturas que desempenham papéis importantes na defesa do organismo, no transporte da urina e na proteção dos órgãos abdominais.
Após dois meses de internação em território americano, a cantora deu continuidade ao tratamento em regime ambulatorial. Em abril de 2025, voltou a ser hospitalizada para realizar exames e receber medicações específicas, que exigiam acompanhamento em ambiente clínico. Um mês depois, decidiu retornar aos EUA para se submeter a um novo protocolo experimental, já que as opções convencionais haviam se esgotado.
Foi em Nova York, durante essa nova tentativa terapêutica, que Preta Gil faleceu. Seu pai, o cantor Gilberto Gil, usou as redes sociais para comunicar a perda e afirmou estar “cuidando dos procedimentos para repatriação”.
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