Emilia Pérez: filme concorrente de Ainda Estou Aqui gera revolta na comunidade latina
Longa que trata sobre a relação entre uma advogada e uma chefe de cartel de drogas transsexual gerou polêmica por uma visão estereotipa do México e falta de representatividade
A conquista do Globo de Ouro de Fernanda Torres no último domingo (5/01) emocionou a todo um país. No entanto, uma pequena decepção “manchou” um pouco a noite: a derrota de “Ainda Estou Aqui”, longa estrelado pela filha de Fernanda Montenegro, na categoria de Melhor Filme de Língua Não-Inglesa. O drama dirigido por Walter Salles foi derrotado pela produção em língua espanhol “Emilia Pérez”, um musical ambientado no México que narra a trajetória de Rita, uma advogada vivida pela atriz Zoe Saldaña, que ajuda uma chefe de cartel de drogas transsexual, Emila Pérez (Karla Sofía Gascón) a fugir das autoridades. No entanto, a derrota causou polêmica, uma vez que o filme vitorioso é envolto em polêmicas.
Veja as fotos
E os mexicanos?
Dentre as polêmicas está o fato de que “Emilia Pérez”, apesar de ambientado no México e ser todo em língua espanhola, tem poucos mexicanos e latinos em sua produção. A direção e roteiro são de responsabilidade do francês Jacques Audiard. Dentre os personagens do filme, apenas Epífania é interpretada por uma mexicana, sob tutela da atriz Adriana Paz, que desempenha um papel secundário no longa. Emilia Pérez, que dá nome ao filme, é interpretada pela espanhola Karla Sofía Gascón, além das americanas Zoe Saldaña e Selena Gomez.
Outro fato que aborreceu mexicanos foi o fato de filme ter sido gravado em Paris, na França, país-natal do diretor do longa. Em recente entrevista, Jacques Audiard afirmou que não estudou a cultura mexicana a fundo: “Eu meio que já sabia o que tinha que entender. Foram mais como detalhes e viemos aqui no México para ver atores, para ver lugares e decorações”
Estereótipos a cultura do México e representatividade trans e espanhol ruim de Selena Gomez
Outro fator que incomodou mexicanos foi uma visão supostamente estereotipada da cultura mexicana, ligando o país apenas a cartéis de drogas. O filme também foi duramente criticado pela Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação) que afirmou que o longa “não é uma boa representação trans”.
Outro fator que gerou críticas foi o espanhol ruim de Selena Gomez. Um dos críticos foi o renomado diretor e ator mexicano Eugenio Derbez, que afirmou em um podcast que a artista está “indefensável” no longa.
Em sua defesa, Gomez disse não ter tido muito tempo para se preparar para o filme: “Eu entendo de onde isso vem. Sinto muito por ter feito o melhor que pude com o tempo que me foi dado. Isso não diminui quanto trabalhei e coloquei o coração nesse filme”.
Ainda assim, premiado
Mesmo com as críticas, o filme foi um dos principais premiados no Globo de Ouro, levando 4 prêmios: Melhor Filme em Língua Não-Inglesa; Melhor Filme de Musical e/ou Comédia; Melhor Canção Original (El Mal); Melhor Atriz Coadjuvante em Filme (Zoe Saldaña).
A produção de Jacques Audiard também é bem cotado em outras premiações, podendo, até mesmo, vencer como melhor filme do ano no Oscar. A crítica especializada, apesar das polêmicas, avalia bem o filme.
Fique por dentro!
Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga @leodias no Instagram.
Agora também estamos no WhatsApp! Clique aqui e receba todas as notícias e conteúdos exclusivos em primeira mão.