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Juiz modelo revela bastidores da arbitragem e dispara: “É muita gente ruim junta”

Após quase uma década fora do Brasil, Guilherme Ceretta rompeu o silêncio sobre perseguições, cultura autoritária e estagnação técnica na arbitragem nacional

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          Guilherme Ceretta foi um dos árbitros mais promissores do país, apitou finais do Paulistão, chegou a ser cotado para o quadro da Fifa e também trabalhava como modelo — o que, segundo ele, lhe custou a carreira no Brasil.  Quase dez anos após deixar a arbitragem nacional, resolveu romper o silêncio em entrevista concedida ao ge. Em suas declarações, ele denunciou perseguições internas, criticou a estagnação técnica e afirmou que o sistema segue dominado por vaidades, amadorismo e omissão.

          A decisão de abandonar o Brasil

          No auge da carreira, em 2015, Guilherme Ceretta de Lima decidiu encerrar sua trajetória na arbitragem brasileira. O ex-árbitro da CBF e aspirante ao quadro internacional se mudou para os Estados Unidos alegando perseguição por parte da Comissão de Arbitragem.

          Veja as fotos

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          “Alguns amigos da arbitragem falam que eu vivia à frente do tempo. Na minha época não podia nada, era errado dar entrevista, desfilar, fazer fotos, ser modelo, aparecer em outdoor, em programas e mesmo assim eu ia”, contou.

          Ceretta afirma que ser também modelo e manter uma imagem pública incomodava os dirigentes da época. Ainda em 2011, ele chegou a conceder entrevista ao “Programa do Jô”, atitude considerada inadequada pela cúpula da arbitragem.

          Críticas à estrutura atual da arbitragem

          Mesmo distante do país, Ceretta acompanha a arbitragem brasileira e não poupa críticas à atual condução do setor. “Infelizmente não mudou nada. Se analisarmos, piorou o que já não era dos melhores. Precisamos evoluir muito. A mão de obra é péssima, com raros árbitros bons. E o trabalho em si não tem nada de novo”, constatou.

          Segundo ele, o treinamento dos árbitros ainda repete os mesmos métodos utilizados uma década atrás. “Falei com alguns árbitros que estavam no treinamento, e a não ser o VAR, é tudo idêntico ao que eu fazia há 10 anos. Hoje em dia está triste o nível”, afirmou.

          Para Ceretta, a falta de coordenação entre os responsáveis prejudica ainda mais os árbitros em campo: “Todo mundo quer falar, desde o presidente até o zelador do prédio que acha saber apitar, mas nunca ninguém assoprou um apito.”

          Bastidores e cultura de pressão interna

          Ao avaliar os motivos que interromperam sua carreira promissora, Ceretta aponta o ambiente fora das quatro linhas como fator determinante. “O grande problema é o extracampo, é muita ‘coisinha’. Encontro para ver vídeo, para falar A, para falar B, e muitas vezes nem eles chegam a um acordo para passar aos árbitros o que eles querem de certo ou errado”, observou.

          O ex-árbitro também dispara contra a falta de padrão e de meritocracia na arbitragem brasileira: “É muita gente ruim junta, estamos rasgando o protocolo. Virou debate, quase uma votação para decidir um lance, uma aberração. Ou investe de verdade, ou cada rodada que passa vamos tirar a credibilidade que já é pouca.”

          Do apito à cultura Digital

          Ceretta observa com estranheza a permissividade atual com os árbitros que se expõem nas redes sociais, algo que no passado era considerado inaceitável. “Hoje pode tudo, podcast, TikTok, Instagram, propagandas, permutas… antes era barba feita, terno e gravata, hoje é chuteira colorida, barba grande, calça ‘pula brejo’.”

          Ele conclui: “Na minha época tudo isso era errado, na verdade, tudo extracampo que eu fazia de trabalho incomodava. Até na zona mista que passava e falava com a imprensa estava errado, hoje o árbitro, depois do VAR, fala com o estádio todo.”

          Nova vida nos Estados Unidos e experiência na MLS

          Nos Estados Unidos, Ceretta passou a atuar em torneios amadores e em jogos da MLS em caráter emergencial, durante uma greve da categoria. “Apitei a partida Austin x St. Louis no Texas pela MLS. Foi uma experiência incrível. Agradeço muito a Deus pela oportunidade e ao Sandro Meira Ricci pelo convite”, relatou.

          Ele quase apitou um jogo do Inter Miami, de Lionel Messi, mas acabou sendo retirado da escala por conta de uma foto antiga. “O problema foi que estava de férias com os amigos no Brasil e estava com a camiseta do Inter Miami. Alguém com um perfil fake publicou no dia jogo a foto e a (PRO) achou melhor me tirar do jogo para evitar problemas.”

          Ceretta considerou a decisão profissional e justa: “Uma atitude profissional com o jogo e mais ainda comigo, que no final de semana seguinte estava escalado sem nenhuma punição ou perseguição.”

          Planos de Retorno ao Brasil

          Apesar de não cogitar voltar a apitar, Ceretta demonstra interesse em contribuir com a arbitragem brasileira em uma nova função: “Aprendi muita coisa aqui na gestão da arbitragem que pode e deve ser implantada no Brasil. Tenho alguns amigos na FPF e na CBF que converso sempre e tento ajudar de alguma forma, mas não dá para ser mais um.”

          E complementa: “Está cheio de gente que acha que sabe, que arrumou uma ‘boquinha’ e está lá há 20 anos e não agrega nada. Tem que fazer uma limpa e começar uma nova era.”

          O Gol 100 de Ceni e um Objeto Histórico

          Ceretta guarda uma relíquia da carreira: a bola usada por Rogério Ceni no centésimo gol pelo São Paulo, em 2011, contra o Corinthians, na Arena Barueri. “Foi muita falta, Ralf chegou atrasado e derrubou o Fernandinho. E graças a Deus acertei muito mais que errei, tanto é que fiz duas finais de Paulistão (2013 e 2015)”, explicou.

          Além da bola, ele possui uma camisa autografada por Ceni, com dedicatória. A peça, porém, não foi a utilizada em campo. O árbitro precisou driblar dirigentes do São Paulo que queriam recuperar a bola para entregar ao goleiro.

          “Vamos morrer e não vamos ver nenhum outro goleiro fazer 100 gols. No dia, só queria ir bem no clássico. Foi minha maior nota como árbitro em uma partida”, relembrou.

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