Torcedor do River Plate é preso após fazer gestos racistas para rivais do Atlético-MG
O argentino, que não teve o nome identificado, foi conduzido até a Central de Flagrantes do Barreiro, em Belo Horizonte
O Atlético-MG “trucidou” o River Plate dentro de campo, vencendo por 3 a 0 pela primeira partida da semifinal da Libertadores, mas fora de campo, ataques racistas se repetiram nas arquibancadas e um torcedor argentino chegou a ser detido na Arena MRV.
O homem, que não teve o nome revelado, foi identificado no estádio e conduzido para a Central de Flagrantes do Barreiro, em Belo Horizonte, para prestar depoimento.
O torcedor do River vai ser acusado por crime de racismo com provocação de tumulto (Artigo 201 parágrafo 7° da Lei Geral do Esporte – Provocar tumulto com ato de racismo), com pena prevista de um a dois anos de prisão.
Foram registradas outras cinco detenções no Juizado Especial Criminal da Arena MRV: dois torcedores do Atlético-MG, por tentativa de invasão (portões 13 e 14); dois casos de roubo no setor do mandante; e uma pessoa por brigar na região dos bares.
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Dentro de campo
Com a bola rolando, brilhou a estrela de um nome acostumado com a Libertadores: Deyverson. O atacante marcou dois e deu passe para Paulinho marcar o terceiro, encaminhando uma larga vantagem para o jogo da volta.
Agora, o Galo viajará para Buenos Aires e poderá perder por até dois gols de diferença para garantir a vaga na grande final. Curiosamente, o palco da decisão será o mesmo da semifinal: o Monumental de Nuñez, casa do River Plate.
Episódios de Racismo
Os estádios sul-americanos se tornaram palco de constantes atos racistas em partidas da Libertadores e Sul-Americana. Nas oitavas de final de ambas as competições, o jogo de ida dos duelos tiveram casos de racismo em nove dos dez jogos que envolveram clubes brasileiros: Botafogo x Palmeiras; Nacional (URU) x São Paulo e San Lorenzo (ARG) x Atlético-MG, pela Libertadores, e Boca Juniors (ARG) x Cruzeiro e Athletico-PR x Belgrano (ARG), pela Sul-Americana.
As atitudes mais duras por parte das autoridades policiais foram registradas apenas em solo brasileiro. O Botafogo expulsou o sócio que cometeu ato racista, já a Polícia Civil do Paraná prendeu dois torcedores do Belgrano (ARG) que imitavam macacos para torcedores do Athletico-PR, em partida realizada na Ligga Arena, em Curitiba (PR) – os dois foram liberados após prestar depoimento.
Nos casos ocorridos na Argentina e no Uruguai, não tiveram sequer o manifesto das autoridades e dos clubes aos quais os torcedores cometeram os atos racistas – Nacional (URU), San Lorenzo (ARG) e Boca Juniors (ARG).
Recentemente, o Boca Juniors foi punido pela CONMEBOL por atos racistas de torcedores em jogo contra o Palmeiras na Bombonera, pela Libertadores do ano passado. A pena cumprida foi o fechamento de 27 mil lugares do estádio, o que representa 50% da capacidade, além de uma multa de 100 mil dólares (R$ 547,5 mil), e a obrigação de hastear uma bandeira com os dizeres “basta de racismo”.
Recentemente, a CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) implementou um novo protocolo para casos de racismo: o gesto universal dos braços cruzados.
A partir da identificação do racismo, o gesto servirá para que jogador, árbitro ou comissão técnica tome uma posição firme perante o ato, cruzando os braços na altura do peito acionando o protocolo.
No primeiro nível, a partida será interrompida. No segundo, se os incidentes continuarem, a partida será temporariamente suspensa e os jogadores e árbitros abandonarão o campo de jogo. Por último, se não cessar durante a suspensão temporária, a partida será definitivamente suspensa.
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