Lula reage à pressão dos EUA e acusa oposição de trair o país: “Covardia”
Durante congresso estudantil, presidente se posicionou contra tarifas de Trump, defendeu soberania nacional e criticou a família Bolsonaro

Em um discurso marcado por tom combativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (17/7), durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), em Goiânia, Goiás, que nenhum estrangeiro ditará os rumos do Brasil. A declaração foi uma resposta direta às recentes ações do presidente norte-americano Donald Trump, que anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
“Um cara que nasceu em Caetés, chegou em SP com 7 anos de idade, comeu pão pela primeira vez com 7 anos. Sobreviveu criado por uma mãe com 8 filhos, chegou à Presidência da República”, argumentou Lula. O petista classificou a medida como uma afronta à soberania brasileira e avisou que o país reagirá à altura.
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Em sua fala, Lula também prometeu retaliar as ações dos EUA com a taxação das grandes empresas digitais americanas. “Não aceitamos que ninguém se meta nos nossos assuntos internos. Vamos responder como democratas: cobrando imposto das empresas americanas digitais. Não é agora que vou aceitar ordem de gringo. O mundo precisa saber que este país é soberano porque o povo tem orgulho”, afirmou. A resposta está sendo conduzida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em articulação com o Congresso e setores da indústria nacional.
Além disso, o presidente criticou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP), que, segundo ele, contribuíram para a deterioração das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. “Eles agora têm que ser tratados por nós como os traidores da história deste país, do século 21. Ele que tenha vergonha, se esconda da sua covardia e deixe este país em paz, porque eles não tiveram nenhuma preocupação com os prejuízos que essa taxação vai trazer ao povo brasileiro”, declarou.
Lula fez referência ainda à carta divulgada por Trump, na qual o americano sugere que só recuaria nas sanções caso o Supremo Tribunal Federal interrompesse a responsabilização de Bolsonaro. O chefe do Planalto comparou a chantagem à frase popular “ou dá ou desce”.
O presidente também contextualizou o cenário diplomático, mencionando o crescente déficit comercial com os EUA, que ultrapassa US$ 400 bilhões em 15 anos. Ele defendeu uma postura firme nas negociações e comparou a situação a uma partida de truco. “Quando o cara truca, a gente tem que escolher: eu corro ou grito ‘seis’ na orelha dele. Eu estou jogando. O Brasil gosta de negociação”, provocou.
A crise entre os dois países ganhou fôlego após o Escritório de Comércio dos EUA abrir uma investigação sobre supostas práticas desleais do Brasil, com críticas ao comércio digital, incluindo o uso do Pix, e à venda de produtos falsificados. A escalada de tensões tem gerado preocupações em setores da indústria e do agronegócio brasileiros.
Enquanto isso, Lula também aproveitou o palco estudantil para comentar os desdobramentos da tentativa de golpe em 2022, que envolveu generais e aliados de Bolsonaro.
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