Sem ambiente para anistiar quem planejou matar pessoas, diz Motta sobre anistia ampla
O presidente da Câmara dos Deputados, no entanto, vê espaço para discussão de um projeto de anistia seletivo em favor dos envolvidos no 8 de janeiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acredita que não há clima e ambiente propícios na Casa para aprovação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, neste momento. A pauta é um dos principais interesses do Partido Liberal (PL) e dos deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao lado do fim do foro privilegiado. No entanto, Motta vê dificuldades na aprovação da medida se ela continuar prevendo anistia ampla, geral e irrestrita.
“Eu não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas, não acho que tenha esse ambiente dentro da Casa”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista à GloboNews, nesta quinta-feira (14/8).
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Hugo Motta revelou, ainda, que há na Câmara “um projeto auxiliar que começou a ser discutido, no semestre passado, e que não prevê anistia ampla, geral e irrestrita”, e com maiores chances de ser aprovado no plenário da Casa.
Segundo destacou, uma parte significante dos deputados é preocupada com os apoiadores de Jair Bolsonaro presos nos atos de 8 de janeiro e condenados com penas altas, apenas por estarem participando das manifestações.
“Há uma preocupação, sim, com pessoas que não tiveram um papel central, que pela cumulatividade das penas acabaram recebendo penas altas. Há uma certa sensibilidade acerca dessas pessoas que poderiam numa revisão de penas poder, de certa forma, receber, quem sabe, uma progressão e ir para um regime mais suave, que não seja um regime fechado”, disse.
Essa não é a primeira vez que Hugo Motta descarta colocar o projeto da anistia em votação. No início do mês, ele afirmou que os principais objetivos do parlamento, neste segundo semestre do ano, seria pautar os projetos fiscais e econômicos do governo, como a isenção do Imposto de Renda, e endurecer as penas de crimes contra crianças praticados nas plataformas digitais.
A oposição na Câmara, percebendo a recusa do presidente de colocar a pauta da anistia em votação, mudou o foco e passou a lutar para convencer o Colégio de Líderes aprovar a entrada do fim do foro privilegiado na pauta de votações da Casa, nas próximas semanas.
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