Lula relativiza impasse com o Congresso: “Aprovou 99% das coisas que mandamos”
Em cerimônia no Rio, o presidente minimizou a tensão política, defendeu negociações e anunciou nova rodada de investimentos da Petrobras

Em meio à turbulência provocada pela derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou um tom conciliador ao abordar a relação com o Congresso Nacional. Durante cerimônia de anúncio de investimentos em refino e petroquímica, realizada nesta sexta-feira (4/7) no Rio de Janeiro, Lula afirmou que divergências entre os poderes são normais e, mais do que isso, podem ser produtivas. “Eu sou muito agradecido à relação que tenho com o Congresso Nacional. Até agora, nesses dois anos e meio, o Congresso aprovou 99% das coisas que mandamos. Quando tem uma divergência é bom. Sabe por quê? Porque a gente senta na mesa, vai conversar e resolve. O governo pensa uma coisa, o Congresso está pensando outra, nós vamos resolver isso em uma mesa de negociação”, declarou.
A fala ocorre em um momento delicado para o governo, após o Congresso revogar, com ampla maioria, um decreto presidencial que alterava a tributação do IOF. A decisão representou a primeira vez, em mais de três décadas, que um decreto do Executivo foi derrubado pelas duas Casas Legislativas; a última vez havia sido no governo Collor, em 1992.
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Diante do revés, o Planalto recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que respondeu com uma medida cautelar do ministro Alexandre de Moraes suspendendo tanto o decreto do governo quanto a decisão do Congresso. Moraes também convocou uma audiência de conciliação para o próximo dia 15 de julho, com o objetivo de buscar um entendimento entre os poderes.
Porém, Lula demonstrou confiança na relação institucional e disse ser “muito grato” ao Congresso, destacando que, até agora, 99% das pautas enviadas pelo Executivo foram aprovadas pelos parlamentares. O presidente também aproveitou o momento para criticar a antecipação do debate eleitoral e mandar um recado direto aos adversários: “Eu não quero nervosismo porque eu só tenho um ano e meio de mandato. E tem gente que pensa que o governo já acabou, tem gente que já está pensando em eleição”, afirmou ele.
A declaração, feita em tom firme, reforça os rumores de que Lula pretende disputar a reeleição em 2026, o que o colocaria como protagonista de uma campanha histórica. O presidente ainda ressaltou que o governo ainda tem um ano e meio de trabalho pela frente. “Se preparem porque, se tudo tiver como estou pensando, esse País vai ter, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes pelos braços do povo”, disse.
Além de tratar da crise política, Lula participou do lançamento de um pacote de R$33 bilhões em investimentos da Petrobras no setor de refino e petroquímica no Rio de Janeiro. “Tem gente que fala: vamos acabar com o combustível fóssil. Eu também sou favorável a acabar; quando a gente fazer do combustível fóssil o financiamento da chamada transição energética que temos que fazer. Não vou abrir mão do petróleo brasileiro pros outros explorarem. Tenho orgulho da Petrobras ser uma empresa que leva sério a questão climática. A gente não quer prejudicar nada mas a gente não quer abrir mão da riqueza do nosso país para favorecer o nosso próprio povo. É com esse petróleo que vamos fazer o povo ficar rico”, disse Lula ao final do discurso.
O montante tem como foco a modernização de unidades, aumento da produção de derivados e ampliação da eficiência energética, com previsão de gerar mais de 38 mil empregos diretos e indiretos. Segundo o presidente, os aportes mostram o compromisso do governo com a industrialização verde e a soberania energética nacional.
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