Treino funcional alivia sintomas da ansiedade, mas não é cura, diz especialista
Casos como o de Tatá Werneck, que já revelou ter encontrado nos exercícios uma ferramenta para controlar suas crises de ansiedade, reforçam a importância do movimento para além da estética

O treino funcional pode ser realmente um importante aliado no combate à ansiedade? Para o personal trainer das celebridades, Cássio Fidlay, e o psicólogo Alexander Bez, a resposta é sim. Em entrevista ao portal LeoDias, os especialistas destacam que a atividade física estimula a liberação de substâncias responsáveis pelo bem-estar, ajudando a reduzir crises, melhorar o sono e fortalecer a autoestima, porém, não cura o problema.
Casos como o da apresentadora Tatá Werneck, que já revelou ter encontrado nos exercícios uma ferramenta para controlar suas crises de ansiedade, reforçam a importância do movimento para além dos resultados estéticos. A mãe da pequena Clara Maria contou que passou a ver o treino como um apoio fundamental para a saúde mental.
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Segundo Cássio Fidlay, esse efeito não é coincidência. “Durante o exercício, o corpo libera endorfina e serotonina, hormônios que contribuem para o alívio da tensão, melhora do humor e aumento da sensação de bem-estar”, explica o personal trainer.
O especialista também orienta que não é preciso realizar treinos complexos ou longos para perceber os benefícios. Caminhadas, aulas de dança, musculação ou sessões simples de funcional já fazem diferença, desde que praticadas de forma regular. “Cuidar da mente também passa pelo corpo em movimento. O importante é a constância”, destaca.
“Não cura a ansiedade”
O psicólogo Alexander Bez salienta que a atividade física contribui significativamente para a saúde mental, especialmente no manejo da ansiedade. Porém, destaca que é fundamental compreender que ela não é uma cura. “Isso já é um fato comprovado por diversas instituições médicas e científicas. O papel da atividade física é auxiliar na regulação dos sintomas, funcionando como um excelente coadjuvante no tratamento, mas não substitui a psicoterapia nem o uso de medicação, quando esses são indicados”, informa.
De acordo com o especialista, é importante entender que a atividade física não tem a mesma profundidade terapêutica da psicoterapia ou da psicanálise. Ele explica que ela não trata conflitos inconscientes nem resolve traumas emocionais. Mesmo assim, sua prática regular pode trazer benefícios importantes para o equilíbrio emocional.
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, a Associação de Psicologia e a Associação de Neurologia dos Estados Unidos, a combinação de musculação e exercícios aeróbicos pode reduzir os sintomas da ansiedade, ajudar no controle de manifestações depressivas e contribuir para a regulação do sono, do apetite e do humor. Além disso, há evidências de que essa combinação pode retardar o aparecimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
“Durante a prática de exercícios, o corpo libera hormônios do prazer, como a dopamina, a serotonina e a endorfina. Esses hormônios promovem sensações de bem-estar, alívio e satisfação. É por isso que muitas pessoas se sentem mais felizes e menos ansiosas após uma sessão de atividade física. No entanto, esses efeitos são temporários e não possuem propriedade curativa. Eles não tratam o aparelho psíquico nem atuam sobre a origem inconsciente dos transtornos emocionais”, frisa o psicólogo.
Outras atividades contra a ansiedade
Para Bez, embora o exercício físico gere prazer, essa sensação também pode ser obtida por meio de outras atividades agradáveis, como viagens, arte, cinema ou momentos de lazer. A dopamina, por exemplo, é liberada sempre que fazemos algo que gostamos, não apenas ao praticar exercícios.
“O mesmo vale para a serotonina, responsável por regular o humor, o sono e o apetite. Já a endorfina, além de proporcionar alívio do estresse, também gera uma sensação de bem-estar. E há ainda a ocitocina, conhecida como o ‘hormônio do amor’, que é liberada em relações afetivas e íntimas. No entanto, nenhum desses hormônios tem função terapêutica profunda sobre a mente, eles oferecem apenas um alívio temporário”, ressalta.
Ele afirma que sem a psicoterapia, essa sensação de prazer proporcionada pelos hormônios tende a se esvaziar com o tempo, e a ansiedade volta a se manifestar com intensidade. “Isso acontece porque os hormônios do prazer não tratam o funcionamento mental, apenas geram conforto momentâneo. A ansiedade é um transtorno psicológico, e não meramente psiquiátrico e, por isso, seu tratamento exige uma abordagem que envolva o campo emocional e inconsciente do sujeito”, salienta.
“Assim, é fundamental entender que a atividade física é extremamente benéfica, mas não substitui o tratamento profissional. Ela não é capaz de tratar traumas, conflitos internos ou desordens emocionais profundas. Seu papel é o de fortalecer o corpo, promover bem-estar momentâneo e funcionar como um importante suporte no processo de recuperação emocional, desde que integrada com responsabilidade e sem expectativas irreais”, finaliza.
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